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Conversa com Bolsonaro foi gravada – Matéria do Estadão assinada pela jornalista Camila Turtelli informa que após depor por 7 horas e meia na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) diz ter cumprido sua missão e estar tranquilo sobre a possibilidade de ser acusado de mentiroso pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Não estamos mentindo e não tem por que mentir, mas se forçar demais a gente certamente tem como mostrar a verdade e de um jeito que vai ficar muito ruim para o presidente. Ele sabe a verdade”, disse Miranda ao Estadão.
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Durante o depoimento na CPI, depois de muita insistência dos parlamentares, o deputado acabou revelando que Bolsonaro atribuiu ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), a responsabilidade por eventuais irregularidades no processo de compra da vacina indiana contra a covid-19, a Covaxin.
Ele e seu irmão Luis Ricardo Miranda descansam na casa do parlamentar em Brasília. O deputado quer ainda gravar um vídeo paras as redes sociais, contando a cronologia das denúncias feitas por eles sobre a compra da Covaxin, antes de desligar o celular neste sábado.
“Eu consegui atingir as duas pontas da polarização numa lapada só”, disse. Ele conta que recebeu uma chuva de xingamentos e também de apoio de colegas da base do governo no seu telefone nas últimas 24 horas.
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Confira os principais trechos da entrevista de Miranda ao Estadão:
Como o senhor poderá sustentar sua narrativa se o presidente Jair Bolsonaro simplesmente disser que o senhor está mentido sobre a conversa que tiveram no dia 20 de março?
Se ele falar isso, eu provo contrário.
O senhor gravou a conversa?
Eu não gravaria um presidente, mas eu não estava sozinho (o irmão Luis Ricardo também participou do encontro). Não estamos mentindo e não tem por que mentir, mas se forçar demais a gente certamente tem como mostrar a verdade e de um jeito que vai ficar muito ruim para o presidente. Ele sabe a verdade. Ele tem de cuidar agora é do caso e não das pessoas que tentaram ajudar ele.
O que fez o senhor decidir dizer o nome do deputado Ricardo Barros na pergunta da senadora Simone Tebet depois de tanta insistência?
Já estava todo mundo falando o nome dele e pensei que sairia de lá parecendo que estava escondendo um nome. Então, pensei que seria melhor falar logo.
Mas o senhor falar tem outro peso do que deixar subentendido, ele pode, por exemplo, acusar o senhor de denunciação caluniosa.
Mas é claro que eu tenho como comprovar o que eu falei.
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Então, tem mais coisas pra vir à tona?
Não, o caso é só isso que eu sei. O caso se baseia em um muito de papel que a gente tinha e levamos para o presidente. Acabou. De lá pra cá, só esperávamos que ele tivesse agido de um jeito respeitoso conosco.
O que é o dossiê que o senhor entregou para o Onyx?
Esquemas da saúde, empresas que sempre ganham contratos com preço mais caro, usando manobras, com diferenças que deixam claro que tem alguém que administra isso dentro do Ministério da Saúde.
O que o senhor e seu irmão pretendem fazer agora?
Cumprimos nossa missão e não há mais nada para fazer. Entregamos as informações, talvez eu grave um vídeo para as redes para contar a timeline do que aconteceu.
Pra que gravar um vídeo agora?
Tem muita gente que não entendeu, que acha que estamos atacando o presidente, tem gente dizendo que eu não presto e que eu presto, ressuscitando fake news, está acontecendo de tudo na minha vida.
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Quais foram as mensagens que o senhor recebeu dos seus colegas parlamentares?
Recebi alguns ataques de algumas pessoas que eu não esperava. São meio apaixonadas pelo Bolsonaro, escreveram coisas horríveis sobre mim. Tem deputado correndo o risco de ir para o Conselho de Ética porque são palavras fortes e agressivas. Xingamentos e ofensas. De partidos diversos da base do governo.
Mas o senhor recebeu apoio também?
Várias pessoas falaram para eu seguir firme, dizendo que sabiam que eu estava falando a verdade. Achei engraçado porque um falou assim: ‘até a mentira a gente sabe quando ela tem um limite e ali não tinha como o senhor inventar um absurdo daquele’. Teve quem dissesse que aguarda o desenrolar do caso para, se for comprovado, desembarcar do barco do Bolsonaro. ‘Não teremos como continuar’. Ouvi do Centrão e de bolsonaristas.
O senhor teme pela sua segurança e da sua família agora?
No momento sim. Está tudo muito polarizado ainda. Acho que por pelo menos uma semana, 15 dias, tem de ter segurança e proteção.
Conversa com Bolsonaro foi gravada
Já estou sendo. A relatoria da tributária que era minha, ontem já foi passada para outra pessoa.
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O senhor disse que enviou mensagem sobre o caso para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ele teria dito para o senhor denunciar. Falou mais com ele desde a divulgação das denúncias?
Não.
Qual é a avaliação sobre a atuação dos governistas na CPI ontem?
Meio desesperados. Ainda preciso descobrir o que tem nessa história. Acho que ainda pode aparecer uma cartinha na manga de algum lugar para comprovar que alguém muito poderoso na base do governo… Nem acho que é o presidente. Pra mim ele só tem receio de que exploda um escândalo de corrupção no governo dele. Ele deve tentar fazer uma investigação paralela, sigilosa, para não perder essa bandeira de governo sem corrupção.
Por que o senhor sempre faz questão de fazer uma defesa do presidente Bolsonaro?
Eu já fui acusado de coisas que não fiz e tenho medo de fazer com outras pessoas, sei o que sofri.
O senhor acha que o presidente não se beneficia desses esquemas que o senhor denunciou?
Se ele acobertou, ele cometeu crime, não tem mais como defender ele. Precisa saber se Bolsonaro passou para frente, para alguém e, se esse alguém prevaricou. Meu medo é esse, ele ter confiado a um terceiro e ele não quer explodir esse terceiro nesse momento.
Quem seria esse terceiro?
Não sei, mas ele diz que passou para alguém e tem todos os indícios disso porque alteraram a invoice. Quem alterou consciente de que estava sendo cobrado.
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