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Questionado se medidas mais duras de restrição seriam tomadas, governador João Doria (PSDB) afirmou que é preciso que mais doses de vacina sejam disponibilizadas
O estado de São Paulo chegou neste sábado (27) ao número total de 7.011 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19. Esta é a primeira vez desde o início da pandemia que o valor ultrapassa 7 mil.
Nos últimos dias, o estado vem batendo recordes sucessivos de pacientes internados com quadros mais graves da doença. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o maior valor anterior durante o primeiro pico da doença havia sido registrado em 29 de julho, com 6.250 pacientes em UTI.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, há risco de colapso no sistema de saúde nas próximas semanas, caso não haja diminuição de aglomerações que ajudam a disseminar o coronavírus.
“Nós chegamos em um pico do número de internações nos nossos leitos de UTI comparado ao pico da primeira onda. E o pior, nós estamos ainda aumentando as internações. A população tem que ter a responsabilidade, ela será nossa aliada, como foi no passado, para podermos conter a epidemia”, disse neste sábado.
A taxa geral de ocupação de leitos de UTI considerando redes pública e privada também aumentou neste sábado para 71,6% na Grande São Paulo e 71,1% no estado. Algumas regiões no entanto, já estão com índices maiores que 90%.
Alguns hospitais públicos e particulares da capital paulista também já estão operando com limite máximo de ocupação de leitos de UTI. Neste sábado, o estado chegou ao total de 59.428 mortes por Covid-19 e 2.037.267 casos confirmados. A média diária de novas mortes permanece acima de 200 há 50 dias seguidos.
Doria pede mais vacinas
Questionado sobre o por que de não adotar regras mais rígidas como um ‘lockdown’ para conter o avanço da doença em todo o estado, Doria afirmou neste sábado (27) que é preciso que mais doses da vacina contra a Covid-19 sejam negociadas pelo governo federal para permitir maior imunização da população.
“A orientação é dada pelo Centro de Contingência da Covid-19, eles que avaliam e nos orientam. Mas quero aqui destacar que precisamos de vacinas. Se não tivermos mais vacinas não será apenas São Paulo a padecer, é o Brasil que padece”, disse Doria em coletiva de imprensa.
A declaração foi dada em um dos postos de vacinação montados na cidade de São Paulo neste sábado para aplicar doses em idosos com idade entre 80 e 84 anos. Longas filas se formaram na capital neste sábado nos pontos de drive-thru montados pela Prefeitura.
Fonte: G1
Governador resiste à ‘lockdown’ pedido por médicos
Na sexta (26), João Doria determinou a volta da Grande São Paulo e outras cinco regiões à fase laranja e anunciou a realização de um toque de recolher no estado, todos os dias, das 23h às 05h. Doria também emitiu um decreto autorizando a PM a prender quem desrespeitar a determinação.
Posteriormente, veio à público a informação de que os médicos que integram o Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, núcleo que assessora o governo estadual no combate a pandemia, queriam que Doria decretasse ‘lockdown’ no estado, e que a insatisfação foi grande no conselho perante a negativa do governador.
Até na rede privada de saúde, a situação é grave. O hospital Albert Einstein, considerado uma das melhores e mais equipadas redes de instalações médicas do país, anunciou que está com ocupação máxima de UTI’s, tendo que organizar uma ‘fila de espera’.
As autoridades médicas de São Paulo alertam que se não houver ‘lockdown’ no estado, um colapso no sistema de saúde será inevitável no prazo de 15 dias.