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Cristãos trabalhistas repudia invasão à igreja – O movimento Cristãos Trabalhistas, ligado ao PDT, emitiu nota de repúdio à invasão de uma igreja católica em Curitiba ocorrida neste domingo (06) em ato liderado pelo vereador do PT Renato Freitas.
“A causa antirracista e contra a xenofobia não pode dar guarida a agressões de nenhuma espécie contra a liberdade religiosa. Independente se era horário de missa, conforme preconiza nossa Constituição Federal, o local de culto é inviolável (art. 5°, VI CF). É extremamente lamentável que um protesto legítimo, respaldado por ampla e justa indignação popular, tenha culminado num desentendimento com a liderança da paróquia e em atos de flagrante desrespeito e vilipêndio a local de culto.” – Cristãos Trabalhistas
A Arquidiocese de Curitiba também se manifestou sobre o ocorrido (confira na íntegra aqui).
“A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.” – Arquidiocese de Curitiba
O movimento cristão trabalhista ainda lembrou de Leonel Brizola para condenar ‘parte da esquerda’ pelo ato violento.
“Essa atitude lamentável representa, como diria o saudoso Leonel Brizola, “o tipo de esquerda que a direita gosta”, fornecendo farta munição para a extrema direita em nosso país.” – Cristãos Trabalhistas
Leia a nota oficial do movimento Cristãos Trabalhistas, na íntegra, abaixo:
“Nós da Executiva Nacional do Cristãos Trabalhistas, movimento de base pertencente ao Partido Democrático Trabalhista e formado por cristãos trabalhistas de todas as confissões cristãs em todo o território nacional, vimos manifestar nosso
REPÚDIO aos incidentes finais do protesto pela morte bárbara do imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, realizado neste domingo, 6 de dezembro, na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Curitiba, que acabou culminando na invasão do
templo no horário da missa de domingo.
A causa antirracista e contra a xenofobia não pode dar guarida a agressões de nenhuma espécie contra a liberdade religiosa. Independente se era horário de missa, conforme preconiza nossa Constituição Federal, o local de culto é inviolável (art. 5°, VI CF). É extremamente lamentável que um protesto legítimo, respaldado por ampla e justa indignação popular, tenha culminado num desentendimento com a liderança da paróquia e em atos de flagrante desrespeito e vilipêndio a local de culto.
O Trabalhismo, como doutrina de inspiração social-cristã, desde seus primórdios, valoriza e respeita a religiosidade do povo brasileiro e preconiza pertencer a uma esquerda humanista, tolerante e que repudia toda forma de desrespeito à fé de quem quer que seja. Do mesmo modo que somos contra invasões e depredação de terreiros e lugares de culto de matriz africana, somos igualmente contrários à invasão e vilipêndio a locais de culto cristão, repudiando a narrativa distorcida que enxerga o Cristianismo como a “religião do opressor”.
Desde suas origens nas areias da Galiléia, o Cristianismo é, sobretudo, a religião do oprimido, de um mestre carpinteiro que se fez portador do Evangelho (a Boa Nova) junto a um grupo de pescadores, prostitutas, leprosos e outros excluídos da sociedade de seu tempo, que acabou por se transformar no grupo de pensadores e transformadores sociais mais influente da história humana.
Antirracista por definição e adversário da xenofobia, o Cristãos Trabalhistas ressalta aos cristãos deste país que, mesmo que sejamos contrários à toda e qualquer intenção de grupos ou políticos se aproveitarem do episódio para insuflar a população contra os movimentos que defendem a justiça social e a justa distribuição de renda como valores cristãos que precisam ser alcançados visando o desenvolvimento social do nosso país, esse ato serve apenas para reforçar preconceitos reacionários dentro do seio da comunidade cristã.
Essa atitude lamentável representa, como diria o saudoso Leonel Brizola, “o tipo de esquerda que a direita gosta”, fornecendo farta munição para a extrema direita em nosso país.”
Por Thiago Manga
Foto: Reprodução