Categorias
Política

Depoimento de Ernesto Araújo na CPI é desmentido por reuniões e dados

Depoimento de Ernesto Araújo na CPI da Covid – O ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou em seu depoimento na CPI da covid-19, nesta terça-feira, que o Brasil foi o primeiro a receber vacinas da Índia e que o governo atuou desde a definição da Covax da aliança mundial de vacinas, em junho de 2020. Mas os dados se contrastam com a narrativa apresentada pelo ex-ministro.

A primeira reunião da aliança de vacinas ocorreu ainda no mês de abril de 2020, sem a presença do Brasil. No encontro, que foi realizado com a OMS e a UE, nenhum diplomata brasileiro fez parte. Naquele momento, a coluna questionou o Ministério da Saúde sobre a ausência e a explicação foi de que o governo teria “outras alianças” sendo avaliadas. Nunca houve uma explicação sobre quais seriam essas “outras alianças”.

Ao vivo: Presidente da CPI a Ernesto Araújo: “O senhor está mentindo. Não faça isso!”

Em abril, de fato, a aliança ainda não era conhecida como “Covax”. Mas as negociações já existiam, com a participação de governos, inclusive latino-americanos. A ideia do consórcio também já havia sido estabelecida, assim como as regras do que seria a aliança.

Em seu lançamento oficial, em abril, o consórcio contou inclusive com a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen.

Já Araújo afirmou: “Manifestamos, desde junho de 2020, a intenção de aderir ao consórcio Covax, tão logo essa iniciativa foi definida. E dela participamos desde então”.

A representação da América Latina na aliança ficou com Carlos Alvarado, presidente da Costa Rica. Ele pediu o respaldo ao multilateralismo. “O mundo olha aos líderes esperando ação”, declarou.

Giuseppe Conte, presidente do Conselho de Ministros da Itália, dedicou a aliança a quem “perdeu a vida ao lutar contra pandemia”. “Juntos, vamos conseguir”, declarou.

Pedro Sanches, presidente do governo espanhol, usou seu tempo para pedir o “fortalecimento do multilateralismo”. “Não há outro caminho”, disse.

Leia o artigo em que Ernesto Araújo fala do “comunavírus”

Também tomaram a palavra na aliança chefes-de-estado e de governo de Uganda, Malásia, África do Sul, Arábia Saudita, Noruega e Reino Unido.

Quase um mês depois, em 18 de maio, uma segunda reunião foi realizada e, mais uma vez, sem a presença do Brasil. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, comemorou os resultados do encontro. “Líderes de mais de 40 países se uniram”, indicou. Segundo ele, o que os governos fizeram foi “demonstrar solidariedade global”.

O etíope alertou que existia o potencial de “ondas contínuas” de contaminação do vírus. Nesse contexto, uma vacina é necessária. “O vírus vai estar presente por um longo tempo e precisamos nos unir para dar uma resposta”, afirmou.

A aliança, em maio, contou com a liderança da França, Alemanha, Japão, Omã, Noruega, Canadá, Espanha, Reino Unido e Itália. Mas o processo também foi apoiada por China, Jordânia, México, Austrália, África do Sul, Arábia Saudita, Mônaco, Turquia, Suíça, Israel, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Coreia do Sul, Suécia, Dinamarca, Luxemburgo, Hungria, Polônia, República Tcheca, Sérvia, Bulgária, Bélgica, Malta, Áustria, Grécia, Irlanda, Portugal, Estônia, Croácia e Holanda, além do Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e outras instituições. Procurado pela reportagem, o Itamaraty sequer deu uma resposta sobre o evento.

Foi, de fato, em junho que o Itamaraty enviou uma carta à OMS solicitando que a participação do país fosse considerada.

Numa outra carta enviada no final de agosto para as entidades internacionais, o governo indicava que tinha interesse em fazer parte do projeto para adquirir vacinas para o equivalente a 20% de sua população.

Até o início de setembro, porém, o governo não havia definido se aderiria ao projeto, mesmo depois de enviar cartas de interesse à cúpula da OMS. Na véspera do fim do prazo final para a adesão aos contratos, o governo brasileiro ainda avaliava se iria fazer parte da Covax.

Quando foi definida a participação do país, a opção foi por comprar o mínimo de doses autorizadas no mecanismo, o equivalente a 10% da população nacional. A aliança permitiria que governos solicitassem até 50% de cobertura.

LEIA: Em vídeo, Bolsonaro detona isolamento social: “Idiotas que até hoje ficam em casa”

O motivo da hesitação se dividia entre a falta de flexibilidade no sistema de compra de vacinas, o valor, a falta de transferência de tecnologia, a baixa adesão de outros países e o fato de o Brasil já ter fechado um acordo à parte para ter a vacina produzida sob supervisão da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e da indústria farmacêutica AstraZeneca.

Durante a CPI, Araújo também não foi transparente em relação ao recebimento de vacinas da Índia. “Graças a nossa qualidade de relações com a Índia, fomos o primeiro país a receber vacinas exportadas por aquele país”, disse Araújo na CPI.

Os dados, porém, não se referem à realidade. Ao longo de semanas, o governo indiano enviou doses das vacinas do Instituto Serum para diversos outros países da região asiática, entre eles Butão, Bangladesh e outros quatro países.

Fonte: UOL

Vídeo: Câncer de Covas foi ‘agravado’ por uso de máscara, diz deputado bolsonarista

Vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, o deputado bolsonarista Giovani Cherini (PL-RS) afirmou durante reunião da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) na manhã desta segunda-feira (17) que o uso de máscara para proteção contra a Covid-19 agravou o câncer que vitimou o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).

Veja o vídeo e leia a matéria completa aqui.

Vídeo: Bolsonaro diz que é ‘imorrível’, ‘imbroxável’ e ‘incomível’

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu com apoiadores na manhã de hoje e ao ser perguntado sobre o seu estado de saúde, o chefe do Executivo nacional voltou a se definir como “imbroxável”, se categorizando também como “imorrível” e “incomível”.

Veja o vídeo e leia a matéria completa aqui.

Ciro Gomes crê em derrocada de Bolsonaro e sobe tom contra Lula: “Corruptor”

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) concedeu uma entrevista ao jornal Valor Econômico onde disse crer na derrocada de Jair Bolsonaro e subiu o tom das críticas ao ex-presidente Lula (PT). “É o maior corruptor da história brasileira”, disparou Ciro.

Leia a matéria completa aqui.

Ambev e Heineken são autuadas por trabalho escravo de imigrantes, diz jornal

Uma reportagem do jornal El País traz a denúncia de que duas das maiores cervejarias do mundo, as multinacionais Ambev e Heineken foram autuadas por ‘trabalho escravo’, ou seja, condições análogas à escravidão impostas aos trabalhadores e trabalhadoras em São Paulo, em sua maioria imigrantes venezuelanos.

Leia a matéria completa aqui.

Rumo a 2022, Ciro Gomes monta propostas para classe média

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) tem reunido o seu time de economistas pensando em propostas para classe média em 2022. Com a polarização entre Bolsonaro e Lula, o presidenciável pedetista se consolidou como uma terceira via eleitoral e busca soluções para diversos setores do país que foram abandonados nas últimas décadas, como a classe média brasileira.

Leia a matéria completa aqui.

Veja mais notícias no BRI.

Por Redação

O Brasil Independente é um veículo jornalístico que tem como valores a defesa da soberania e de um projeto nacional emancipador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile