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Questão do BC – Chama a atenção o fato de o presidente Lula (PT) ter criticado publicamente a decisão do Banco Central de manter os juros da Selic a 13,75% ao ano.
Chama atenção, pois a política monetária de cada país é responsabilidade de seu governo.
Quando Lula reclama do seu próprio Banco Central, passa a impressão de que está na Oposição, e não na cadeira de presidente da República.
Apesar de parte da imprensa focar em um suposto embate entre Lula e o presidente do BC, Campos Neto, não adiantaria nada trocá-lo por um Henrique Meirelles, por exemplo.
Não adianta trocar os nomes se a substância se mantiver a mesma. O problema, de fato, é uma autonomia – indefensável – dada ao BC.
Ora, o Banco Central do Brasil é patrimônio do povo brasileiro e deve estar à serviço dos interesses da sociedade nacional.
Dentro do Regime Democrático e do Estado de Direito, a vontade do povo se expressa através das eleições, quando os eleitores escolhem um novo governo, em tese, mais alinhado às suas aspirações e angústias.
Logo, não faz sentido a chamada ‘autonomia’ dada ao Banco Central por de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2019, sob forte pressão de agentes do mercado financeiro.
O presidente Lula tem condições institucionais e políticas de, se assim quiser, promover mudanças na lei ou até revoga-la, através de um projeto enviado ao Congresso.
É preciso ter vontade política para enfrentar os interesses do mercado financeiro, que não são os interesses do povo trabalhador brasileiro.
Trabalhador que tem suado para garantir uma vida digna para sua família com um salário achatado frente aos juros abusivos praticados no Brasil.
Mais cedo ou mais tarde, Lula precisará enfrentar essa questão, fundamental para acabar com a farra dos bancos que operam no país.
Editorial BRI