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Michel Temer critica impeachment – O ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu o cargo após o impeachment de Dilma Roussef (PT), classificou o processo de impedimento de “trauma institucional” e defendeu uma reforma política para instituir o semipresidencialismo no Brasil.
As declarações foram dadas nesta sexta-feira (3) durante o Lide Brazil Conference, em Lisboa.
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Temer disse que a defesa do sistema semipresidencialista – adotado em Portugal – não é “pra dar golpe”, mas para garantir maior estabilidade institucional.
“Quando falo disso, é sem intenção de derrubar nenhum governo”, afirmou, explicando que o projeto que está na Câmara dos Deputados tem regras que passariam a valer apenas em 2030.
Vantagens do semipresidencialismo
Para ele, a vantagem do sistema é que, enquanto não se forma a maioria parlamentar, não há governo, enquanto no Brasil é necessário um “esforço extraordinário” do presidente e do governo eleito para formar essa maioria após as eleições.
“Se quem governa [no semipresidencialismo] perde a maioria [parlamentar], automaticamente se formou uma outra maioria e, com muita tranquilidade, se passa de um governo executivo para outro”, disse.
Já no presidencialismo, o executivo permanece o mesmo quando não se tem maioria no Congresso, mas não há governabilidade, até se chegar ao limite de remover o presidente para trocar o governo.
Para Temer, o impeachment “virou moda” no Brasil.
No entanto, ele rechaçou novamente as acusações que o impeachment de Dilma tenha sido um “golpe”, conforme o próprio presidente Lula tem declarado recentemente.
“Cheguei constitucionalmente ao poder, mas é sempre um trauma”, admitiu.
(Foto: Victor Carvalho/Lide / Divulgação)