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Palmeiras é bicampeão da Copinha – O Palmeiras já foi o alvo preferido dos rivais por não ter Copinha, pois até o ano passado nunca havia vencido a Copa São Paulo de Futebol Junior.
Mas nesta quarta-feira (25), comemorou o bicampeonato da conpetição.
Com jogo eletrizante e herói improvável, o Verdão bateu a boa equipe do América-MG por 2 a 1, e se tornou o sexto time a vencer a competição por dois anos seguidos.
O bicampeonato fecha uma temporada perfeita do Palmeiras sub-20, que há alguns meses já tinha sido campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil da categoria. Desde a final da Copinha passada, o time fez 43 jogos e venceu 34.
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Em uma partida disputadíssima, que reuniu os dois times que venceram oito partidas seguidas na Copa São Paulo, o herói improvável e craque da final, Patrick, saiu do banco para garantir a nona vitória na competição e o título do Verdão, já nos acréscimos, aos 48 minutos do segundo tempo.
Os mais de 17 mil torcedores presentes ao Estádio do Canindé viram uma equipe que neste ano se reinventou e não teve nenhum dos titulares do título de 2022 – alguns subiram para o principal do Palmeiras e outros saíram do clube, mas que manteve o excelente futebol e terminou a competição com 100% de aproveitamento com o melhor ataque, segunda melhor defesa, e colecionando prêmios individuais: Ruan Ribeiro artilheiro da competição e Kevin melhor jogador.
Melhor base do país
O Bi da Copinha não é por acaso. Palmeiras que varreu as competições de categorias de base em 2022 – vencendo 14 de 18 disputadas – investiu R$ 120 milhões na base, desde 2016. Conseguiu mais de R$ 600 milhões em vendas e, seguindo o planejamento, que segue os maiores clubes europeus, se reinventou desde 2015. Acabou trabalho de maneira improvisada, sem estrutura, e virou uma ‘fábrica’ de revelações com lucros que chegam a mais de R$ 480 milhões.
O então presidente Paulo Nobre tirou o coordenador de base do Vitória, João Paulo Sampaio, que ele teve toda a liberdade para reestruturar – até fisicamente o espaço que era reservado para os meninos, teve dinheiro e mantém olheiros em todo o país, para meninos que tenham talento diferenciado. O modelo foi seguir o que o clube adota no profissional.
Estudos do Itaú BBA mostram que o Palmeiras foi o clube que mais investiu na base, desde 2016 até 2022. Com obras, salários de profissionais, viagens, hospedagem, alimentação, estrutura médica e outros gastos, o clube já investiu mais de R$ 120 milhões neste período.
Só Endrick já foi vendido por cerca de R$ 400 milhões. Fora Danilo, que rendeu R$ 110 milhões. Gabriel Veron, R$ 60 milhões. Recebeu mais de R$ 33 milhões por Patrick de Paula.
Fora o lucro absurdo, há a preocupação tática, com que os times sigam o modelo da equipe profissional. Há ainda, a preparação física, acompanhamento psicológico, médico, fisiológico, nutricional, seguindo os parâmetros dos maiores clubes europeus na base.
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Acima de aprendizado, um misto de sentimentos cerca a Copinha. Ansiedade, pressão, duelos mais acirrados. Os desafios redobram entre quem lida com este rito de passagem.
Gerente da base do Atlético-MG, Erasmo Damiani destacou o quanto que a Copa São Paulo de Futebol Júnior ganha dimensão para os atletas.
“Na verdade, ela tem um atrativo de ser uma competição disputada em janeiro, pois é um momento no qual o calendário do futebol profissional está parado. Por isso, o torcedor a olha com mais carinho, muitos começam a conhecer os jogadores que um dia podem brilhar com a camisa do seu time de coração… E você tem de preparar os atletas para esse tipo de situação. Todos têm de ficar cientes de que quanto mais tiverem destaque, serão vistos”, afirmou o dirigente.
Damiani não negou que a ansiedade pesa entre os jovens que disputam a competição.
“Eles jogam com uma presença maior de torcida, a maioria das vezes diante de uma torcida adversária, o jogo é televisionado… Mas a gente tenta fazer com que eles não percam o equilíbrio emocional, mesmo disputando partidas diante de grandes adversidades”, e acrescentou:
“O nosso desafio é mostrar para eles que a Copinha, independentemente do resultado que acontecer, não é o fim de toda uma carreira que eles têm há muitos anos”, concluiu.
A esperança de que o jogador de futebol se consolide entre os profissionais move quem disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior. O coordenador da base do Grêmio, Francesco Barletta reconheceu que há alguns fatores que cercam esta “migração” rumo ao profissional.
“Trata-se do momento mais sensível para o atleta. Envolve tanto o seu desenvolvimento, como também o fato de ele ter mais visibilidade, o que gera muita expectativa dos torcedores e inclusive da família para que o jovem consiga ‘vingar’”, afirmou.
Aprendizado
Aos seus olhos, a Copa São Paulo de Futebol Júnior traz um aprendizado fundamental para dar fôlego aos jovens.
“A equipe tenta consolidar seu trabalho em confrontos que trazem mais pressão. Eles lidam com sequência intensa de jogos, começam a estar diante de muitos torcedores. Há uma vivência muito grande. E com o tanto que os atletas se acostumam a se dedicar, ficam com força de enfrentar disputas dos profissionais, que é uma rotina diferente, mas bem forte também”, destacou.
Há um sinal de alerta quanto a “sensações” que podem aparecer no caminho. A edição de 2023 da Copa São Paulo de Futebol Júnior trouxe algumas surpresas. Ou equipes que não podem ser subestimadas.
“A gente ficou frustrado, claro, mas não viu na eliminação para o Água Santa (após o empate em 1 a 1 no tempo normal, o Atlético-MG foi derrotado nos pênaltis em Diadema) uma zebra. Eles têm uma estrutura impressionante, investem bem nas categorias de base. O Ituano e outros times de São Paulo também demonstram muita qualidade na base. Nesse ano, a gente viu o Floresta (equipe cearense que alcançou as quartas de final) com jogadores promissores. O próprio Ibrachina, que eliminou o Vasco (o Cruz-Maltino abriu três gols de vantagem, o clube paulista igualou em 3 a 3 e depois venceu nos pênaltis). Essa é a magia da competição”, afirmou o gerente de futebol do Galo, Erasmo Damiani.
Damiani apontou outro fator que causa impacto no decorrer de uma Copinha.
“Há uma sobrecarga muito grande na Copa São Paulo: 23 dias de competição! Todos os clubes sofrem com isso e há a necessidade de preparar os atletas para um tipo de jogo no qual a força prevaleça à técnica. Após um início com rotina que beira o desumano, a rotina vai se espaçando”, explicou.
(Com informações do jornal Lance!)
(Foto: Reprodução)