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Enfermeiros protestam pelo piso nacional – Nesta quarta-feira (21), enfermeiros de 17 estados do país foram às ruas protestar em defesa do piso nacional da categoria, suspenso recentemente por decisão do STF.
O tema, que também está em debate no Congresso Nacional, discute atualmente uma forma de financiamento da proposta, aspecto que gerou a decisão pela suspensão.
Profissionais do ramo da enfermagem – que inclui não só enfermeiros, mas também auxiliares, técnicos e parteiras – foram às ruas nos seguintes estados, além do Distrito Federal: Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Acre, Bahia, Goiás, Pará, Ceará, Maranhão e Amapá.
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A iniciativa foi promovida pela Federação Nacional dos Enfermeiros, que convocou sindicatos da categoria a se mobilizarem em todo o país. A ação contou também com uma paralisação de parte dos serviços de enfermagem em 12 dos 17 estados envolvidos na programação.
A presidenta da FNE, Shirley Morales, afirma que a entidade vê o resultado como algo muito positivo especialmente por conta da amplitude.
“Para a FNE, assim como paras as entidades que compõem o Fórum Nacional da Enfermagem, o dia de hoje foi histórico. Para além de uma mobilização organizada nacionalmente, o que já tínhamos feito em outros momentos, tivemos uma mobilização com paralisação em diversos estados e que contou com o apoio da sociedade e de inclusive gestores públicos no sentido de apoiar para que não houvesse corte de pontos, retaliação. Em alguns locais, tivemos até a adesão e a paralisação de parte do setor privado.”
O ato teve grandes proporções em Belo Horizonte, com mais de 40 mil pessoas reunidas no centro da cidade, e em Brasília, reuniu estudantes e trabalhadores que marcharam do Museu da República até a Esplanada dos Ministérios ecoando o pedido de vigência do piso.
“A categoria está muito insatisfeita, e a paralisação nacional de hoje é um resultado isso. São profissionais que têm jornadas exaustivas no dia a dia, que ganham pouco, e querem ser reconhecidos. A gente pode dizer que a enfermagem de hoje não é mais aquela enfermagem obediente, abnegada. É aquela enfermagem que faz ciência, que é consciente, que faz luta, que vai para a rua”, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal, Jorge Henrique.
Por conta da decisão do STF, que deu 60 dias para que entes públicos e privados, detalhem as contas relacionadas ao piso, o Congresso tem discutido desde a última segunda-feira (19) uma série de possibilidades de financiamento para o custeio da medida.
Nesta quarta, por exemplo, o relator do orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou que uma das propostas será votada pelo Senado na próxima semana.
Trata-se do Projeto de Lei Complementar (PLP) 44, que dá aval a estados e municípios para remanejarem recursos que não estariam sendo utilizados no combate à Covid-19.
Jorge Henrique acredita que o problema será resolvido – quando foi colocado em votação nas casas legislativas, o projeto que criou o piso, por exemplo, contou com ampla maioria em termos de apoio.
“A gente avalia que, daqui pra frente, não tem mais como voltar atrás porque a categoria está muito mobilizada, então, a gente acha que o Legislativo vai dar uma resposta.”
(Com informações do Brasil de Fato)
(Foto: Reprodução)