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Balão chinês abatido pelos EUA – Na última quinta-feira (2), um balão pertencente à China foi avistado sobrevoando o céu do estado de Montana, nos Estados Unidos e, desde então ganhou o noticiário internacional.
Os dois países dão versões diferentes sobre o misterioso objeto.
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Os Estados Unidos abateram o balão e disseram se tratar de um instrumento de espionagem.
Já o governo chinês alega que nada mais era que um balão meteorológico que acidentalmente se desviou do Oceano Pacífico e acabou entrando no território americano.
No fim, o objeto se tornou mais um ponto de conflito entre as duas maiores potências que, hoje, já têm relação tensa especialmente por razões comerciais, com a China tomando mercados que já foram dominados pelos Estados Unidos.
Foi espionagem?
O professor Elias Khalil Jabbour, especialista em China, acredita que a história não passou de uma provocação dos norte-americanos.
“A China não precisa colocar um balão nos Estados Unidos para saber o que está acontecendo lá dentro”, disse em entrevista ao G1.
Para ele, os americanos buscam dialogar com seu público interno e manter o discurso de “ameaça à hegemonia americana” como parte de uma jogada do presidente Joe Biden para fortalecer o apoio popular a seu governo.
Já o professor Tanguy Baghdadi acredita que podia sim haver um instrumento de coleta de informações, mas que a intenção do governo chinês ao lançar o objeto ia além: queria testar a reação norte-americana.
Por exemplo, foi possível observar como o país reagiu, em quanto tempo e quem comanda esse tipo de operação, o que podem ser informações mais valiosas do que qualquer outra que um dispositivo de espionagem poderia captar, avalia Baghdadi.
“Quando a gente fala de uma relação neste nível, em altíssimo nível político, econômico e diplomático, informação é um elemento muito importante”, argumenta Baghdadi.
Relações tensas
Os dois professores concordam, no entanto, que o episódio abala ainda mais a relação diplomática entre os países
“Qualquer coisa que aconteça fora de qualquer padrão nesse momento agrava as relações. Então, se fosse um drone americano para fins de diversão no mar do sul da China, também teria um problema”, explica Jabbour.
Apenas na história recente, Baghdadi lembra que não é a primeira vez que o governo americano acusa a China de espionagem. Em 2019, dois diplomatas chineses foram expulsos dos EUA por suspeita de espionagem.
Apesar da tensão, ele lembra que as potências são também as maiores parceiras comerciais uma da outra, e por isso são interdependentes
“Eu acho que, às vezes, a gente fica esperando grandes acontecimentos. Esse nível de tensão entre Estados Unidos e China vai ter outros capítulos, mas isso faz parte do cotidiano da relação”, afirma.
(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)