Share This Article
Em 31 de maio de 2022, dois fatos prenderam atenção daqueles que acompanham as ações do mercado imobiliário paulistano.
O primeiro fato é a reportagem do jornal O Estado de São Paulo com o anúncio da construtora Benx sobre o restauro da Casa de Taipa do Parque Burle Marx, zona sul de São Paulo. A Casa é datada do século XIX e será recuperada e entregue em meados do ano de 2023.
O acordo para recuperação do imóvel histórico foi firmado pelo empreendimento de alto padrão, Parque Global/Construtora Benx e a Fundação Birman, administradora do Parque Burle Marx.
Segundo Luciano Amaral, diretor geral da Benx, “é um prazer contribuir com o restauro da Casa de Taipa, importante símbolo arquitetônico de nossa história. Investir em cultura é bom para todos.”
O segundo fato do último dia do mês de maio foi o anúncio do balanço trimestral e pagamento de dividendos dos acionistas da Incorporadora Ezetec.
Segundo um site especializado em mercado financeiro, a Incorporadora registrou lucro líquido de R$104,6 milhões no trimestre, alta de 43% no comparativo do período anterior.
Já a receita líquida da empresa saltou 47,3%, com valores superiores a R$ 287 milhões.
Em abril deste ano a Ezetec se pronunciou no autos do Inquérito Civil 17/94, que investiga o danos ao Casarão do Anastácio. Em resposta ao Ministério Público Estadual, a Ezetec apresentou um detalhado plano de trabalho para recuperação do imóvel histórico.
Diferentemente da Construtora Benx, a Ezetec apresentou um cronograma do ano de 2013, sem previsão de início das obras. O atraso não está apenas na recuperação do patrimônio, mas na concepção da gestão sócio ambiental corporativa da Ezetec.
No poema “Espera” de Ferreira Gullar, o poeta diz: “…um grave acontecimento está sendo esperado, e nem Deus e nem a Polícia poderiam evita-lo.”
Foto: Divulgação
Edson Domingues – Sociólogo, é autor do pedido de tombamento do Casarão do Anastácio e integrante do Movimento Cultural de Pirituba.
Leia também
Opinião: “O dia que recebi um áudio de Ciro Gomes”