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A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de retirar de Curitiba o foro adequado para julgar o ex-presidente Lula, causou uma balbúrdia no mundo político e uma euforia sem dimensão nos bastidores lulistas e bolsonaristas, como se essa fosse a polarização natural da próxima eleição.
Poucos dias após a festa, o mundo político, sustentado por pesquisas de opinião nas quais apontam a rejeição majoritária do eleitorado ao passado de corrupção e ao governo Bolsonaro, começam a se reorganizar.
O governador de São Paulo já sinalizou a desistência de sua candidatura ao Planalto, fato repetido por Luciano Huck, que já está praticamente acertado com a Globo para substituir Fausto Silva nas tardes de domingo.
Uma importante peça no tabuleiro justifica tal movimentação, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes. Mesmo após a recuperação dos direitos políticos de Lula, que passou a integrar de forma real as pesquisas, em todas as medições realizadas, Ciro manteve seus dois dígitos sem deterioração. Este fato o coloca com força no cenário, principalmente porque parte do dobro do que começou em 2018.
Como não há a menor possibilidade de Ciro abdicar da sua candidatura, outra candidatura de centro na polarização seria natimorta.
Conhecido pela sua capacidade técnica de governar e potencial de atrair setores importantes do Centro, o cearense passa a ser a única alternativa para recepcionar o conjunto de lideranças e partidos que não querem nem Bolsonaro, nem o retorno do petismo. Ciro virou o porteiro da terceira via. Sua posição nas pesquisas travam qualquer possibilidade viável na terceira via.
Neste cenário, abre-se um leque de alianças possíveis, trazendo nomes como do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), Eduardo Leite (PSDB) Luiz Henrique Mandetta (DEM), Marina Silva e outros nomes como possíveis candidatos a vice.
Mais que ajudar Lula, Fachin ajudou Ciro.