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Fogo na estátua de Borba Gato – E se fosse um corpo preto ou um corpo indígena queimado? A indignação seria a mesma?
Até quando vamos esconder, invisibilizar a verdadeira história de como esse país foi edificado?
A invasão Europeia no Brasil, trouxe estupros, roubos, sequestros e banalização da condição humana. Os Bandeirantes cometeram dezenas de crimes contra a vida humana. E podemos enfatizar que essas vidas, em sua maioria, eram Vidas Negras e indígenas.
A branquidade que descende desses genocidas ergueram ao longo dos séculos, estátuas e monumentos para homenagear os algozes dos nativos de terras brasileiras, e o mais curioso é que a maioria da população nunca foi consultada sobre isso. Os apagamentos históricos serviram de escudo para esconder esses crimes e ainda saudar os assassinos de origem europeia, como se esses fossem heróis e não assassinos cruéis de várias gerações.
Nomes de Estradas, Ruas, Rodovias e a própria sede do governo Paulista leva o nome de Palácio dos Bandeirantes.
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Vandalismo? Terrorismo? Atear fogo em um símbolo colonial que esmaga as origens reais do povo brasileiro é um ato a ser repudiado? Por que?
Será mesmo que não é possível preservar a memória histórica de um país sem reverenciar seus algozes?
Vandalismo é ter 19 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, revirando lixo pra comer, sofrendo queimaduras de terceiro grau por utilizar produtos inflamáveis para cozinhar, porque não tem dinheiro pra comprar o gás.
Terrorismo é ter um presidente que negou vacina para a população e ainda superfaturou o valor das compras das mesmas para encher o próprio bolso.
Se o povo Preto e indígena desse país se rebelar e for às ruas clamando por justiça social, o que vai sobrar da memória nacional desse país?
A estátua de Borba Gato é mais um símbolo de um período colonial, patriarcal e opressor que a sociedade brasileira insiste em manter, as custas de uma população que em sua maioria, não teve a chance de estudar a ponto de descobrir que esses falsos heróis, foram na realidade, assassinos cruéis de nossos antepassados.
E que esse mesmo sistema que embarreira uma educação libertadora, compõe uma hegemonia de privilégios, de narrativas falsas e tendenciosas que transforma assassinos e opressores em símbolos de heróis nacionais.
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É para ontem o revisionismo histórico. E é claro que a Branquidade jamais o fará. Nesse sentido, as reivindicações chamadas de “terrorismo” são legitimas e não é uma particularidade do Brasil. Vários países europeus passam pelo mesmo processo com iniciativas, inclusive de governos. Vários Parlamentos europeus estão criando leis que impedem monumentos alusivos à escravagistas.
Minhas palavras não são um chamado a nenhum ato de violência. É a constatação de que o Racismo no Brasil é tão perverso que, vários setores e instituições (inclusive de esquerda) defendem que os símbolos racistas não devem ser repudiados, por “fazerem parte da história do país”.
Os povos originários e os povos das diásporas africanas foram e são vitimas de terrorismo cotidianamente e quando um monumento que representa tudo de mais criminoso para a humanidade e para a história do brasil é hostilizado, há um relativismo que tenta criminalizar quem age em legitima defesa. TRÁGICO E ASSUSTADOR.
Chamo a todos para esta reflexão. E um outro ponto fundamental: Que a mesma gana, e indignação não paralise somente em atear fogo em símbolos escravagista.
Que essa nossa energia se multiplique em números de pessoas indignadas e compareça nos protestos para derrubar todo o horror que Bolsonaro financia, inclusive o racismo.
Que essa indignação ganhe força para que as manifestações tenham cada vez mais adeptos na Paulista e em todas as cidades brasileiras, em prol de um país livre de um presidente genocida, herança dos Bandeirantes.
Por Neudes Carvalho, estudante de Sociologia do Trabalho, liderança no Movimento de Moradia em SP, liderança do Movimento Negro do PDT no estado de São Paulo e vice-presidenta do Diretório Municipal do PDT em São Paulo capital
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Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.
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