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Fome em alta – A fome já atinge 33,1 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com estimativas do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Este número equivale a quase o dobro da medição de 2020, quando calculava-se que 19 milhões de pessoas encontravam-se nessa situação, e é equivalente aos níveis de fome da década de 1990.
Esta pesquisa foi conduzida pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) utilizando a metodologia da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que também é aplicada nos estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nela, classifica-se como fome a insegurança alimentar grave, em que todos os membros do domicílio, incluindo as crianças, se vêem forçados a reduzir a quantidade e qualidade de sua alimentação, dada a falta de alimentos disponíveis.
“A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, de acordo com a Rede PENSSAN.
Outro dado preocupante é a quantidade de pessoas que vivem com algum tipo de insegurança alimentar no Brasil: em 2022, são 125,2 milhões de brasileiros vivendo nessa situação, o que corresponde a mais da metade (58,7%) da população brasileira.
A alimentação inadequada tem um especial impacto nas crianças, que ficam com capacidade de concentração e função cerebral prejudicadas durante seu crescimento. Com o desenvolvimento afetado, elas tendem a sofrer com maior dificuldade para completar seus estudos, encontrar um emprego e ter uma vida adulta saudável, quando comparadas com crianças com boa nutrição. Como resultado, há um enfraquecimento da força de trabalho e perda de produtividade do país.
Com informações do g1 e Children’s HealthWatch
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