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Mercado prefere 3ª via – A casa de análises Empiricus voltou aos holofotes nas últimas semanas, com a notícia de que o BTG havia comprado o Grupo Universa, dono da empresa. Para Felipe Miranda, estrategista-chefe e um dos fundadores da Empiricus, o negócio fortalece a estratégia da casa.
Conhecida por seu marketing agressivo, a Empiricus foi uma das primeiras casas de análise independventes do país e, ao longo dos anos, foi recebida com muita desconfiança por boa parte dos investidores.
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Foi em 2014, quando Miranda escreveu a carta “O fim do Brasil”, que a empresa ganhou notoriedade. O PT, partido da então presidente Dilma Rousseff, entrou na Justiça, alegando “terrorismo econômico”.
Em um cenário eleitoral Luiz Inácio Lula da Silva (PT) x Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, com quem o mercado fica?
Precisaria esperar, na verdade. Talvez o mercado se torne quase indiferente, porque o mercado é apolítico. O interesse do mercado é no lucro crescente das empresas. Não há outra preferência além dessa.
Objetivamente, Lula 1 [primeiro mandato, de 2003 a 2006] foi um espetáculo de desenvolvimento da Bolsa. Se for um Lula sem revanchismo, um Lula Mandela, um Lula ligado ao [Henrique] Meirelles ou ao Marcos Lisboa na Fazenda, com uma natureza que se comprometa com uma postura ortodoxa, pode ser um Lula bem recebido, falando como financista.
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Como brasileiro, eu acharia um desastre ético gigantesco o Lula voltar a ser presidente.
Por outro lado, o mercado pode se reconciliar com Lula, se ele vier com uma pauta ortodoxa, como foi o Lula 1, com aquele esquadrão que ele montou.
O Bolsonaro é a continuidade, o que não tem muito problema. Bolsa está aí, com recorde com o Bolsonaro.
Agora eu acho que se pudesse escolher, o mercado optaria por uma terceira via. Mas parece que estamos condenados a essa polarização pelo menos até agora.
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Em 2014, você escreveu que seria “O fim do Brasil”, e que o país passaria por muitas adversidades. Qual é sua tese para o Brasil hoje?
O Brasil está um pouco condenado a uma certa mediocridade. Quando você vê uma eleição representada por Bolsonaro e Lula, a não ser que aconteça uma grande novidade, é um pouco a representação do que é o Brasil.
Por outro lado, é um Brasil que avança. De algum modo, somos hoje melhor do que éramos há 20 anos.
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Do ponto de vista de ativos financeiros, estou otimista, porque é um cenário que reúne crescimento econômico global muito forte, preço de commodities alto, e o Brasil é sensível a isso.
Os indicadores recentes superando as expectativas de todo mundo. A relação dívida/PIB que ia superar 110%, agora convergindo para 83%.
O Brasil está precificado como muito ruim. Ninguém quer saber do Brasil no mundo. O Brasil não é nem o Cristo decolando, nem o Cristo indo para baixo, é o Cristo parado, e ele vai continuar lá. Na verdade, talvez essa seja a grande tese: as duas capas da The Economist estão erradas..
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Leia a entrevista completa no portal UOL.
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