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Opinião: “Por que o goleiro Weverton não pode agradecer a Deus?”

Goleiro Weverton não pode agradecer a Deus? –  Um Brasil sem 65 milhões? O goleiro Weverton, do Palmeiras, cristão evangélico, agradece a Deus pela vitória do time na Libertadores e o gesto é tratado na internet como “reflexo triste do Brasil de Bolsonaro”, com o ator lulista Paulo Betti fazendo comparações com o goleiro Bruno, assassino de Eliza Samudio.

Pedro Cardoso, ator e escritor consagrado hoje residente em Portugal, numa entrevista ao pré-candidato pedetista Ciro Gomes, refletindo sobre a fé brasileira como um pensador calcado na experiência do materialismo histórico, resolve dizer que o Cristianismo brasileiro deveria ser “ressignificado”, desfazendo de mais de dois mil anos de robusto repertório humanista.

Um grupo de jovens da região de Piracicaba realiza orações pelos candidatos ao ENEM e a iniciativa é hostilizada nas redes sociais.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre, judeu praticante, marcou para quarta-feira a sabatina de André Mendonça como candidato a ministro do Supremo Tribunal Federal, depois de submeter sua indicação ao mais longo tempo de espera de análise pelo Senado Federal.

O que estas situações tem em comum? No Brasil de Jair Bolsonaro, onde a disputa política assume ares de crescente radicalidade, alguns setores da opinião pública, da política e da mídia, avessos aos arroubos fascistóides da atual gestão, se sentem autorizados a hostilizar abertamente todos os grupos sociais que deram vitória ao atual presidente em 2018, incluindo-se neles todos os evangélicos.

Mesmo os evangélicos progressistas, que tem engajamento nas lutas dos pobres e uma inclinação para votos mais à esquerda, são alvo cotidiano de haters que pedem, em nome do Estado laico, o silenciamento completo de toda e qualquer pessoa com fé.

Os que agem desta forma desconhecem o fato de que o Brasil é o único dos principais países do mundo que passou por uma profunda recomposição das bases sociais da fé cristã em um intervalo de menos de 30 anos. Nem mesmo a laicização da Europa, onde antigas catedrais dão lugar a boates ou mesquitas muçulmanas, ocorreu em tão pouco tempo.

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Nos anos 80, quando o papa João Paulo II visitou o Brasil pela primeira vez e a Igreja Católica era tão poderosa que intervia da indicação de ministros até as novelas da Globo, os evangélicos eram menos de 9% da população. Hoje são 31% dos brasileiros, mais de 65 milhões de pessoas. É razoável concluir que todo este grupo seja formado por fascistas e reacionários?

Há não mais que treze anos, evangélicos e católicos praticantes foram fundamentais nas quatro vitórias presidenciais do PT. O descaramento corruptivo do petrolão, a virulência midiática da Operação Lava-Jato, associadas à adesão a pautas que feriam a concepção moral da maioria dos brasileiros, como a malfadada mostra cultural Queer’s Museum, afastaram este grupo do campo progressista.

O que veio depois, com a pandemia e o negacionismo oficial, promoveu um recrudescimento brutal nas relações sociais e políticas, a tal ponto que simplesmente naturalizamos que um senador da república postergue a entrevista de um candidato ao STF por ele ser pastor evangélico. Sim, é evidente que o Planalto instrumentaliza a questão politicamente, mas dado o retrospecto discutível de “notório saber” dos indicados mais recentes, com conhecidas vinculações ideológicas, é razoável e aceitável tal reação?

O campo progressista precisa discutir se quer se apresentar à Nação como portador de uma mensagem de esperança e reconciliação para todos os brasileiros ou se deseja tão somente dar vazão aos seus anseios de vendeta política. Não existirá projeto político sério e consistente que deixe de levar em conta os cristãos brasileiros, seus valores, sua ética e sua influência no tecido social brasileiro – que, gostem ou não, tende a se tornar cada vez maior nos próximos anos.

É tempo de os progressistas e a oposição liberal decidirem se querem um Brasil para todos ou somente para os iniciados no seu pós-Iluminismo.

Escrito por Cláudio Moreira, pastor, escritor, teólogo e Membro da Executiva Nacional do Movimento Cristãos Trabalhistas


Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

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De acordo com O Antagonista, a intensa troca de mensagens que levou à suspensão da filiação de Jair Bolsonaro ao PL foi mais grave do que se pensava. O diálogo teria terminado com troca de ofensas de ambos os lados, com Valdemar Costa Neto deixando claro ao presidente quem manda e continuará mandando na legenda.

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Por Redação

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