Em 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições em que Jair Bolsonaro saiu derrotado, o governo federal determinou o corte de verba da operação Carro-Pipa, que há mais 20 anos leva água para moradores do interior do Nordeste. A informação foi apurada pelo portal UOL.
Segundo uma planilha do Exército, que coordena o trabalho de distribuição de água potável, cerca de 1,6 milhão de pessoas em oito estados teriam direito ao fornecimento feito pelos caminhões, mas não receberam o recurso. São 468 municípios atendidos por 3.348 carros-
De acordo com a apuração do UOL, o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso, já no início de novembro, foi Alagoas. Bahia, Pernambuco e Paraíba foram informados da paralisação apenas nos últimos dias. O mesmo vem acontecendo nos demais estados da região, com os caminhões deixando de prestar o serviço.
A operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, que confirmaram que a suspensão ocorreu por falta de verba. O MDR diz que alertou o Ministério da Economia sobre o problema, mas não teve resposta.
A suspensão pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários.
Só em Pernambuco são 529 mil moradores de 105 cidades que estão aptos para receber água da operação. Em Ouricuri, são 19 mil pessoas atendidas, o maior número de beneficiários do estado.
O Exército informou que “é responsável apenas pelas ações que envolvem a execução da operação, a partir do repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional ao Ministério da Defesa”.
“Os recursos disponibilizados pelo MDR até o momento permitiram a execução da operação na sua plenitude até o dia 16 de novembro. O Exército Brasileiro aguarda nova descentralização de recursos para que seja retomada a distribuição rotineira de água”, afirmou.
Já o MDR disse que a renumeração dos pipeiros é feita pelo Exército e que a pasta “apenas faz o repasse dos recursos”. Em relação à suspensão, o ministério diz que “as necessidades de recursos adicionais foram formalmente encaminhadas ao Ministério da Economia, para que seja possível retomar, o quanto antes, a operação”.
Fonte: UOL
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