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Greve dos metalúrgicos da Avibras – Os metalúrgicos da Avibras entram para a história da categoria, neste sábado (09), por protagonizarem a greve mais longa nos 67 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A paralisação já dura um ano e envolve cerca de 1.400 trabalhadores de uma das mais importantes indústrias bélicas do país.
Para marcar a data, o Sindicato vai realizar um ato em frente à fábrica, em Jacareí (SP), na segunda-feira (11), às 7h, com a mesma bandeira levantada no início da greve: pelo pagamento de salários, em defesa dos direitos e pela estatização da Avibras.
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Quando entraram em greve, em 9 de setembro de 2022, os trabalhadores estavam enfrentando constantes atrasos salariais.
Durante todo esse período de paralisação, os trabalhadores conviveram com a contínua falta de pagamento e o medo do desemprego. Sem fonte de renda, até profissionais de alta qualificação migraram para trabalhos precários, sem registro em carteira e com remuneração inferior.
Durante o período, a Avibras pagou apenas quatro meses de salários.
O sindicato afirma que enviou cartas ao governo federal (gestão de Jair Bolsonaro e de Luiz Inácio Lula da Silva), reivindicando medidas para preservação dos empregos na fábrica e regularização salarial. Nenhum dos governantes, entretanto, tomou providências neste sentido.
Controle operário
Desde o início da greve, toda produção extraordinária da fábrica passa pelo controle operário.
A fábrica só entra em operação após aprovação em assembleia dos trabalhadores, convocada pelo sindicato, e mediante garantia de pagamento de salários após a conclusão de cada produção.
Essa prática foi adotada nos últimos meses, com a entrada de um grupo restrito de operários para a produção de foguetes comprados pelo Exército Brasileiro e pelos governos da Malásia e Mali.
Luta em defesa dos empregos
A Avibras entrou com pedido de recuperação judicial em 18 março de 2022, mesmo dia em que anunciou a demissão de 420 dos seus 1.400 trabalhadores.
Organizados, os metalúrgicos iniciaram a luta contra as demissões, que foram canceladas em abril de 2022, após ação judicial movida pela entidade sindical. O plano de recuperação foi aprovado em 6 de julho de 2023.
O sindicato também fez várias manifestações pela regularização dos salários e estatização da Avibras, incluindo uma caravana a Brasília e protestos em frente ao BNDES, em São Paulo, e à LAAD Defence & Security, feira internacional de Defesa e Segurança, no Rio de Janeiro.
“Essa situação instável vivida pelos metalúrgicos confirma que a Avibras não pode ficar nas mãos do capital privado, que coloca em xeque uma empresa do setor bélico construída em seis décadas pelos brasileiros. O Sindicato defende que o único caminho para garantir os direitos dos trabalhadores e manter a empresa a serviço do país é a estatização”, afirma o presidente do sindicato, Weller Gonçalves.
(Foto: Reprodução)