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Chefiado pelo general Augusto Heleno durante o governo Bolsonaro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) tem até hoje 73 dos 80 cargos de confiança ocupados por nomes indicados na gestão anterior. O GSI já despertava desconfiança no entorno do presidente Lula devido a esse baixo índice de renovação, mas aumentou ainda mais após os atos golpistas de domingo (8).
Isso porque garantir a segurança do Palácio do Planalto é uma das funções do órgão, tarefa que não foi cumprida mesmo com a ciência de que haveria manifestações contra o governo em Brasília naquele dia.
“Eu não consigo imaginar a Casa Branca sendo invadida. O uso de todas as forças na última instância seria utilizado para impedir isso. Deveria ter sido utilizada a energia máxima para impedir o que ocorreu”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista ao jornal O Globo.
O GSI hoje conta com cerca de 1.100 servidores, sendo a maioria militares. Até agora, as mudanças foram feitas no comando da pasta, que passou para o general da reserva Gonçalves Dias, na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e em departamentos ligados a logística e capacitação.
De acordo com Rui Costa, quase todos os 73 nomes restantes da era Bolsonaro em postos de confiança serão trocados.
“O GSI está sendo mudado e será mudado quase na sua integralidade, quase 100% dele será renovado. Já começou e todas as pessoas serão renovadas para ter uma oxigenação e para botar pessoas com maior treinamento, com maior capacidade de ação e de reação”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
Efetivo dispensado
No dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, apenas 40 homens do GSI cuidavam da segurança do Planalto. O responsável pelo grupo naquele momento, José Eduardo Pereira, disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que só no Salão Nobre havia cerca de 700 pessoas, o que equivale a 17 invasores para cada segurança do GSI.
O que chama atenção é que no sábado, dia 7, a guarda presidencial foi reforçada pelo Comando Militar do Planalto (CMP), que foi dispensado para o domingo, cerca de 20 horas antes da invasão.
O pelotão só voltou ao Palácio por volta das 15h por iniciativa própria do chefe do CMP, general Geraldo Henrique Dutra Menezes, que entrou em contato com o GSI e solicitou o retorno. Foram enviados 133 homens e equipamentos de choque não-letais.
O GSI formalizou o pedido de reforço após a solicitação do comandante do CMP e só então acionou o “plano escudo”. Nas horas seguintes, foram enviados outros dois grupos militares, com 93 e 118 homens.
(com informações de: O Globo)
(fotos: Veja e Marcelo Camargo/Agência Brasil)