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Guedes quer fim da correção do salário mínimo pela inflação; saiba

Correção do salário mínimo pela inflação – Ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes está otimista com a reeleição do atual presidente.

De olho em um novo mandato no comando da economia brasileira, Guedes quer ‘refundar’ a legislação sobre as contas públicas do país.

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A intenção do economista da Escola de Chicago é reformular o teto de gastos e “quebrar o piso”, ou seja, frear o crescimento de despesas que hoje pressionam o Orçamento.

Entre as ‘despesas’, estão os pagamentos das aposentadorias e gastos atrelados ao salário mínimo.

A proposta só deve ser oficializada se houver vitória de Bolsonaro no dia 30 de outubro.

Nesse caso, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seria apresentada no dia seguinte à eleição.

As informações foram publicadas em reportagem das jornalistas Idiana Tomazelli e Julianna Sofia no jornal Folha de S. Paulo.

Líder sindical denuncia: ‘Estarrecedor’

Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto classificou a notícia como ‘estarrecedora’.

“Paulo Guedes está dizendo que no dia seguinte do resultado da eleição ele vai mexer no reajuste do salário mínimo e das aposentadorias. Sabe o que significa isso? Que não é aumento, é reajuste, é a manutenção do poder de compra, é a inflação que é reposta, como Bolsonaro tem feito nos últimos quatro anos só dando a inflação, não tem aumento real nenhum no salário mínimo. E isso automaticamente, você sabe que inúmeras aposentadorias, milhões de aposentadorias são baseadas no salário mínimo.”

O dirigente sindical publicou um vídeo nos qual faz duras críticas à suposta intenção de Guedes.

“Sabe o que significa isso? Tungar, é tomar dinheiro do que menos recebe, que é o salário mínimo, para fazer o quê? Para o orçamento secreto, para poder bancar outras coisas que ele está fazendo, o auxílio Brasil, essas coisas todas, porque ele sabe que ele não tem dinheiro para bancar isso, porque ele não previu sequer isso no orçamento.”

Salário mínimo

Trechos da proposta obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo afirmam que “o salário mínimo deixa de ser vinculado à inflação passada”.

Na nova regra, o piso “considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”.

No texto, o gasto com benefícios previdenciários “também deixa de ser vinculado à inflação passada”.

Outra discussão seria alterar o índice usado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a variação de preços sentida por famílias com renda de até 40 salários mínimos —e que costuma ser menor do que o INPC.

O INPC de 2021 teve alta de 10,16%, percentual usado na atualização do salário mínimo para R$ 1.212.

Caso apenas a meta de inflação de 2022 fosse aplicada, a elevação seria de 3,5%.

Direito Constitucional

Hoje a Constituição assegura que o salário mínimo tenha seu poder aquisitivo preservado por, pelo menos, a correção pela inflação.

O piso nacional também é a referência mínima para o pagamento das aposentadorias.

Para 2023, o governo Bolsonaro enviou a proposta orçamentária sem previsão de reajuste real (ou seja, sem ganhos além da inflação) pelo quarto ano consecutivo.

Reajuste do salário mínimo

Como é hoje

A Constituição determina que o salário mínimo tenha reajustes periódicos que assegurem seu poder de compra, o que garante pelo menos a correção pela inflação. Já o piso dos benefícios previdenciários precisa seguir o salário mínimo. O governo Bolsonaro propôs que em 2023 o mínimo tenha apenas o reajuste pela inflação, sem ganho real, pelo quarto ano seguido

Como ficaria

A regra para a correção do salário mínimo e dos benefícios previdenciários passaria a considerar a inflação projetada para o ano corrente, em vez de ficar vinculada à inflação do ano anterior. No mínimo, estaria garantida a atualização pela meta de inflação estabelecida para o exercício. Caso o novo modelo estivesse em vigor na definição do salário mínimo em 2022, por exemplo, o reajuste de 10,16% (inflação de 2021) aplicado no piso poderia cair a 5,03% (IPCA projetado no começo de 2022) ou 3,5% (caso considerada a meta de inflação do exercício)

Por Redação

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