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Olavo de Carvalho morre – O Globo – O escritor bolsonarista Olavo de Carvalho faleceu, aos 74 anos, na noite de 24 de janeiro. A notícia da morte foi comunicada pela família nas redes sociais do autor.
Segundo a postagem no Twitter, o guru da família Bolsonaro estava hospitalizado na região de Richmond, no estado da Virgínia (EUA).
Olavo de Carvalho foi diagnosticado com Covid-19 em 16 de janeiro – à época, a notícia foi compartilhada em seu grupo oficial de Telegram.
Oficialmente, porém, a causa da morte ainda não foi divulgada.
Em seu perfil, também no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte: “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o Filósofo e Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre”, escreveu.
Internação e vinda ao Brasil
Em julho do ano passado, o escritor – ferrenho crítico às universidades públicas brasileiras – havia sido internado às pressas no Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo.
Naquela ocasião, foi submetido a uma cirurgia renal (um mês antes, Olavo tinha operado um câncer na bexiga, nos EUA). Depois de receber alta, teve novas complicações e passou mais de quatro meses internado na clínica Saint Marie, na Zona Sul da capital paulista.
No dia 9 de novembro, ainda internado, Olavo recebeu uma intimação para depor no inquérito sobre a existência de milícias digitais . No dia seguinte, ele fugiu da clínica e, no dia 13 de novembro, voltou para os Estados Unidos.
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Olavo de Carvalho, que nasceu em Campinas, interior de SP, em 1947, era cardiopata e portador da Doença de Lyme, infecção transmitida por carrapatos. Autointitulado professor de filosofia e apoiador do conservadorismo, o escritor deixa a esposa, Roxane, oito filhos e 18 netos.
Teorias conspiratórias
Desde 2005 ele estava autoexilado nos Estados Unidos. No Brasil, foi colunista de publicações como O GLOBO, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, Zero Hora, entre outras.
Conhecido como “guru bolsonarista” e ícone do conservadorismo no Brasil, Olavo de Carvalho foi autor de alta vendagem.
Entre 2013 e 2019, os livros “O imbecil coletivo” (2013) e “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” (2018), títulos que eram editados pela Record, venderam 400 mil exemplares.
No ano passado, a editora decidiu não renovar seu contrato pelo “posicionamento antidemocrático” do escritor e influenciador bolsonarista, que já teve contas suspensas em redes sociais por propagar fake news e discursos de ódio.
Olavo era adepto convicto de teorias da conspiração como a do “marxismo cultural”. Segundo essa visão propagada em suas obras e cursos de filosofia online, existe uma elite composta pela esquerda mundial, a mídia, artistas, universidades, cientistas, organizações não governamentais e grandes empresários, que atuam para impor o comunismo no planeta.
Repercussão
Pelas redes, políticos e admiradores do escritor lamentaram a morte. Além do presidente Bolsonaro, seus filhos Carlos e Eduardo publicaram condolências à família. O deputado Eduardo, ex-aluno de Olavo, afirmou que “seus livros, vídeos e ensinamentos permanecerão por muito tempo”. Carlos Bolsonaro cita o “legado” deixado pelo guru bolsonarista.
O assessor da Presidência, Filipe Martins, afirmou que Olavo sempre será seu “grande farol intelectual” e disse que, para ele, “é como se a filosofia brasileira tivesse morrido”.
Políticos como o ministro Onyx Lorenzoni e a deputada estadual Janaina Paschoal também repercutiram a morte. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse que o autointitulado filósofo era uma “pessoa especial”, de “personalidade forte” e que “jamais fugiu da polêmica”.
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O deputado federal Coronel Tadeu lamentou que não teve a “honra de conhecê-lo”, mas afirmou que “mesmo na eternidade será uma luz para os patriotas”. A deputada Kátia Sastre escreveu que Olavo era “uma das maiores referências do atual movimento conservador no Brasil”.
O também deputado federal Carlos Jordy chamou Olavo de um “homem brilhante” e afirmou que “é inegável seu legado para o conservadorismo no Brasil e no mundo”.
O ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação, publicou que é “muito triste perder esse gigante”.
Heloisa de Carvalho, filha do guru bolsonarista e rompida com o pai, declarou: “Que Deus perdoe ele de todas as maldades que cometeu”.
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