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Argumentos contra o voto inútil – Para mim o argumento do “voto útil” não faz sentido no primeiro turno porque ambos Lula e Ciro derrotam Bolsonaro no segundo e eu não vejo diferença econômica ou política entre Lula e Bolsonaro relevante.
Cientista político: “Por que votar em Ciro Gomes”
Mas sei que a pressão pelo voto inútil em Lula está opressiva e violenta. Além de imoral, ela está completamente equivocada. Deixar de votar em Ciro agora será uma catástrofe. Aqui estão 12 motivos para justificar minha tese e você convencer seus amigos a não fazer isso.
1) ARTIGO 77 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O artigo 77 de nossa Constituição, em seu parágrafo 4, diz que “§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.”
Ou seja, deixando de votar em Ciro, se acontecer algo com Lula ou Bolsonaro em um mês, você pode tirar a eleição dele.
2) NÃO VOTE EM BANDIDO
Quando você vota no segundo turno, não tem mais de duas opções, que podem ser dois bandidos. Mas no primeiro, com gente honesta disputando, como você vai explicar para seu filho que votou por livre e espontânea vontade em um candidato que você sabe que é corrupto? Não se degrade e não degrade seu voto assim. Você não pode ensinar a seu filho que não tem moral e que o crime compensa.
3) VOTE NUM PROJETO
Ao votar em Ciro, você dá força não a um homem, mas às ideias que ele defende. Se você quer essas ideias, tem que votar nelas para que, mesmo que ele não vença, obrigue os outros candidatos a se comprometer com elas para ganhar as eleições. Se Ciro tiver boa votação isso obrigará tanto Lula como Bozo a disputar seu eleitorado assumindo algumas de suas propostas. Podemos arrancar compromissos públicos de proteção da Petrobrás, taxação de ricos ou lei anti ganância para conquistar o eleitorado de Ciro que decidirá a eleição.
4) AS PESQUISAS TÊM ERRRADO BRUTALMENTE TODO ANO
Desde 2014 com erros absurdos de mais de vinte pontos na boca de urna no Rio Grande do Sul ou de mais de oito pontos na boca de urna do Rio, as pesquisas têm errado brutalmente. 2014 ainda assistiu uma “virada” brutal de Aécio em 48 horas sobre Marina, 2018 assistiu Bolsonaro sair 10 pontos maior das urnas do que as pesquisas do dia anterior. Enquanto no dia do debate, Zema tinha 9% em Minas segundo o Datafolha, venceu o primeiro turno com 43%. Witzel tinha 4% no Rio no dia do debate. Venceu o primeiro turno com 41%. 2020 continuou assistindo erros absurdos como em Porto Alegre, sempre com cada vez resultados mais virados de última hora.
5) DERROTA POR CURTA MARGEM INFLAMA BOLSONARISTAS
Se eventualmente Lula vencesse, pela primeira vez na história, no primeiro turno, seria necessariamente por pequena margem, o que inflamaria o bolsonarismo contra as urnas e a eleição, e não o contrário. Eles não vão aceitar uma derrota em primeiro turno, teriam certeza da fraude.
6) FANTASIA DO GOLPE
A narrativa petista do golpe é a mamadeira de piroca de 2022, completamente fantasiosa, ao contrário de 64, Bolsonaro não tem nem apoio interno da direita nem externo dos EUA para fazer nada bem-sucedido. A maioria esmagadora das FFAA está contra o golpe. Esse discurso de pânico só serve ao PT e à polarização. Não faz qualquer sentido a tese de que se Bolsonaro perder no primeiro turno por curta margem vai aceitar, mas se perder no segundo com larga vai tentar dar o golpe.
7) VOTE CONTRA O RADICALISMO
Temos de um lado o radicalismo bolsonarista e do outro o radicalismo petista e identitário. Esses dois polos, que defendem o mesmo modelo econômico e político, no entanto inflamam o país com uma guerra cultural dividindo o país, do lado de Bolsonaro entre “comunistas e cristãos” e do lado do PT colocando negros contra brancos, apagando a miscigenação, gays contra heteros, mulheres contra homens. Para encerrar a divisão do país temos que votar em alguém fora da guerra.
8) NÃO DÊ CARTA BRANCA
Eleger Lula no primeiro turno sem fazer ele assumir compromissos é dar um cheque em branco para Lula fazer o que quer, ou seja, reeditar o modelo corrupto de gestão com a mesma quadrilha e seguir com o mesmo modelo econômico que destruiu o país. É dar a ele a certeza de que ele pode repetir os mesmos erros, fazer qualquer tipo de aliança e enriquecer os bancos sem limite.
9) O MAIOR RISCO É O NEOLIBERALISMO, NÃO O GOLPE
O maior risco para a democracia brasileira agora não é um golpe fictício, que Bolsonaro não tem apoio institucional para levar a cabo. O maior risco agora é a manutenção do neoliberalismo que nos levou a uma década de crescimento zero, nas mãos do PT, MDB e Bolsonaro. Colocando toda a Nova República no mesmo barco, Lula, ao manter o modelo econômico no próximo mandato (como Alckmin de vice prova que fará) vai levar a democracia brasileira ao colapso junto com o modelo econômico, abrindo caminho para Bolsonaro em 2026 ou coisa pior.
10) DÊ AO CIRO PAPEL CENTRAL NO BRASIL NOS PRÓXIMOS ANOS
Seja como presidente, seja como líder da oposição ao Lula ou ao Bolsonaro, Ciro precisa da força das urnas para proteger a Petrobrás, lutar contra os juros e o liberalismo selvagem. Precisaremos de uma oposição nacionalista e progressista forte tanto a Lula quanto a Bolsonaro se essas tragédias se realizarem.
11) VOTAR EM CIRO PODE DAR A MAIOR DERROTA A BOLSONARO
Para o antibolsonarista, mostre que não existe maior humilhação para Bolsonaro do que ter segundo turno e ele não conseguir vaga.
12) VOTAR EM CIRO PODE DAR A MAIOR DERROTA A LULA
Para o antipetista, mostre que não existe maior humilhação para Lula do que perder para Ciro no segundo turno.
Por Gustavo Castañon, professor de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora
(Publicado originalmente pelo portal Disparada)
(Foto: Montagem/Reprodução)
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Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.
Moraes quebra sigilo de assessor de Bolsonaro; PF suspeita de rachadinha
A Polícia Federal (PF) investiga uma suspeita de ‘rachadinha’ no gabinete do presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
A corporação encontrou no telefone do principal ajudante de ordens do presidente, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conversas por escrito, fotos e áudios trocados que sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro.
Com base na apuração, o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilo bancário de Cid, atendendo a um pedido da PF, que busca descobrir a origem do dinheiro e se há uso de verba pública.
Assista o BRI Análise sobre as suspeitas de rachadinha no gabinete da presidência da República: