A advogada Janaina Paschoal defendeu priorizar o atendimento e tratamento de jovens em meio ao colapso dos sistemas de saúde em todo o Brasil, em decorrência da pandemia de covid-19.
“Eu me preocupo com todas as vidas! Mas as vidas daqueles que viveram menos me preocupam mais”, afirmou no Twitter.
Eu me preocupo com todas as vidas! Mas as vidas daqueles que viveram menos me preocupam mais. Aliás, penso que já estejamos no momento de estabelecer claramente regras para priorizar o uso dos recursos disponíveis: leitos, respiradores, etc. É pesado, mas é necessário!
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) March 27, 2021
Paschoal recebeu uma enxurrada de críticas e foi acusada de promover “extermínio de idosos”.
Eu não queria saber ler. Que Deus tenha misericórdia da Janaina Paschoal. Tamanha ignorância, frieza e ego. O tempo e a história sempre revelando a podridão daqueles que se acham/acharam justos. https://t.co/Y3Yh6Mtc4S
— Guilherme Ferreira ✠ (@Guiiilhermehf) March 28, 2021
O jornalista Reinaldo Azevedo também repudiou o tuíte da advogada, dizendo que a “decadência de Janaina Paschoal não conhece limites”.
A decadência de Janaína Paschoal ñ conhece limites. Passadora de pano nas loucuras e incompetências do governo, ela agora especula sobre a fila da morte. Leiam o tuíte desta sra. Vc, adulto e eleitor, pense bem em 2022. Tvz esteja vivo pq não terão ouvido Janaína. Ela continua
— Reinaldo Azevedo (@reinaldoazevedo) March 27, 2021
Janaina se defendeu dizendo que foi mal compreendida e que é “perseguida” há anos por quem não teria “a família nem a vida de crianças como um valor”.
Como o pessoal que me persegue (há anos) não têm a família nem a vida de crianças como um valor, falar em priorizar crianças, adolescentes… é incompreensível para eles. Tudo que escrevo tem respaldo na Academia e nas necessidades da realidade. Notem que não repito mantras!
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) March 28, 2021
Levantamento em base de dados usada pelo Ministério da Saúde indica que 28 mil pacientes morreram de covid-19 em 2021 sem conseguir tratamento em UTI
Nas 11 primeiras semanas de 2021, mais de 28 mil brasileiros morreram de Covid-19 nos hospitais do país sem passar por uma UTI. Os óbitos de pacientes que não chegaram ao tratamento intensivo em 2021 são 38% do total, sendo quase 40% entre 14 a 20 de março.
São praticamente quatro em cada dez das 73.105 mortes por Covid deste ano na base do Sivep-Gripe, sistema usado pelo Ministério da Saúde para monitorar as internações nas redes pública e privada.
Nos dados analisados pelo jornal O Globo foram considerados pacientes já classificados como de Covid-19, a maioria, e os que receberam provisoriamente o diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) não específica, mas que, seguindo metodologia da Fiocruz, traziam sintomas indicativos da doença: febre acompanhada de tosse, dor de garganta, desconforto respiratório, falta de ar, baixa saturação de oxigênio no sangue, perda de olfato ou de paladar.
Segundo Domingos Alves, cientista da USP de Ribeirão Preto, o cenário de mortes fora das UTIs atesta que os sistemas de saúde dos estados já entraram em colapso. Esse número era elevado no auge da primeira onda, decresceu ao longo de 2020 e explodiu com o aumento da transmissão registrado a partir de dezembro.
De meados de janeiro a meados de fevereiro deste ano, quando os sistemas de saúde da região Norte entraram em colapso, a proporção de pacientes que morreram sem passar pela UTI passou de 50%. Nos Estados do Amazonas, Roraima e Acre, ela chegou a 60%.
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