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Quebra de sigilo de Bolsonaro – O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) autorizou integralmente o pedido de colaboração policial internacional para investigar o esquema ilegal de venda de joias e relógios do acervo presidencial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A documentação preparada pela Polícia Federal (PF) foi totalmente validada pelo governo americano, segundo o jornalista César Tralli, da TV Globo e GloboNews.
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Isto significa que o FBI está autorizado a participar das apurações brasileiras sobre diversos crimes, como lavagem de dinheiro, ocultação de valores, apropriação indevida, falso testemunho.
Também foi autorizada a ida de uma equipe da PF para os EUA, com o objetivo de acompanhar as diligências solicitadas em território norte-americano.
A partir de agora, o FBI também pode abrir investigações contra os envolvidos no esquema, que correm risco de ter de responder também em território americano.
O pedido de colaboração prevê:
- Quebras de sigilo bancário de várias contas de pessoas físicas e jurídicas (ex-presidente Bolsonaro, Mauro Cid, general Mauro César Cid e outros; dos últimos anos até agora);
- Diligências em joalherias na Florida, Nova York e Pensilvânia;
- Levantamentos de dados sobre imóveis dos alvos investigados;
- Depoimentos de testemunhas e de suspeitos de envolvimento no esquema supostamente ilegal.
Cooperação internacional
O esquema de venda de joias e relógios envolve assessores próximos do então presidente Bolsonaro, que recebeu os objetos como presentes de outros países.
A oferta dos itens a joalherias americanas, por exemplo, foi feita, segundo a PF, pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid e pelo pai dele, o general Mauro César Cid. Os dois nomes constam na quebra de sigilo de bancário autorizada pelos norte-americanos.
O Departamento de Justiça dos EUA já expediu ofícios ao sistema financeiro e ao FBI para que proceda imediatamente a coleta de dados e documentos para a produção de provas a serem enviadas aos investigadores brasileiros à frente do inquérito, em Brasília.
As primeiras remessas de material devem começar a chegar já nas próximas semanas para análise dos peritos da PF.
Além disso, a direção da PF está fazendo os últimos acertos sobre a equipe da corporação que vai embarcar em breve para os EUA, para dar apoio e acompanhar os trabalhos do FBI.
Joias presenteadas à Presidência postas à venda no suposto esquema:
- Conjunto da marca Chopard em uma caixa de couro, revestida de veludo, contendo um colar de ouro branco com dezenas de pingentes, todos cravejados em diamantes. Um par de brincos, um anel e um relógio de pulso, todos feitos em ouro e pedras preciosas, também estavam na caixa. O conjunto foi presente da Arábia Saudita ao governo brasileiro.
- Um conjunto, também com relógio, joias e abotoaduras em ouro, que chegou ao Brasil com a mesma comitiva em 2021 mas não foi barrado.
- E um terceiro pacote, com um relógio Rolex, uma caneta da marca Chopard prateada; um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro; um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguette” ao redor; e uma masbaha (um tipo de rosário árabe), feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes. Esse conjunto foi recebido em 2019.
(Com informações de TV Globo, GloboNews e G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)