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Promovido pela CSB, encontro contou com a presença de políticos como Ciro Gomes, Alessandro Molon e Marcelo Freixo, além de personalidades do movimento sindical
Os serviços públicos brasileiros estão em risco. A PEC 32/2020, vendida com o nome de Reforma Administrativa, expõe o funcionalismo público aos desmandos do clientelismo político, e prejudica diretamente as camadas da sociedade que mais precisam de tais serviços.
Para deter esse retrocesso é necessário uma ampla articulação, que inclua tanto lideranças políticas, quanto representantes dos trabalhadores. Sabendo disso, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) organizou um seminário virtual, levantando pautas para um amplo debate sobre a defesa do serviço público.
O encontro aconteceu na tarde desta segunda-feira (05) e se iniciou com uma análise de conjuntura feita pelo presidente da CSB, Antonio Neto, e pelo ex-ministro Ciro Gomes. Neto dedicou o seminário aos mais de 330 mil trabalhadores brasileiros que perderam suas vidas durante a pandemia covid-19.
A homenagem também foi estendida “sobretudo aos trabalhadores na linha de frente do serviço público, aos profissionais da saúde, aos professores e aos profissionais da segurança pública”.
Já Ciro se aprofundou na análise de nossa situação política, sanitária, social e fiscal. Ele também reforçou que passamos pelo pior período da história do Brasil. “Olhando para trás hoje, aos últimos 12 meses, nós tivemos um déficit de mais de 900 bilhões, com B de bola. Isso é 7 vezes o maior déficit que já tivemos”. De acordo com o ex-ministro a dramática crise é resultado da enorme incompetência de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.
A primeira mesa contou com a presença do Deputado Federal Alessandro Molon e da Senadora Eliziane Gama. Molon ressaltou o histórico recente de reformas neoliberais, como o Teto de Gastos, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência, que suprimiram direitos dos trabalhadores, porém não entregaram os empregos e progresso prometido.
“E agora é a reforma administrativa, a suposta solução para todos os males do país.” Eliziane, por sua vez, ressaltou que o projeto neoliberal joga para escanteio a proteção social. “O que está sendo colocado pela reforma é o sentimento do mercado pelo mercado. É exatamente a exclusão daquilo que é fundamental para uma sociedade, que é a proteção social”
Já o tamanho do estado na economia foi assunto central da segunda mesa, onde falaram os economistas Nelson Marconi e Eduardo Moreira, além da auditora fiscal Maria Lúcia Fattorelli. De acordo com Marconi é necessário pensarmos quais são as funções que queremos atribuir ao Estado brasileiro e, para isso, devemos pensar em um projeto nacional de desenvolvimento.
Ele também ressaltou a falácia de que temos servidores em excesso. “57% dos funcionários públicos estaduais e municipais estão na área de saúde, educação e segurança, que são fundamentais. Como eu vou falar que eu tenho uma máquina inchada se quase 60% são essenciais”.