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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje em discurso o papel social das estatais e descartou a privatização da Petrobras e bancos estatais. Segundo ele, o lucro distribuído a acionistas privados da petroleira brasileira é “dinheiro que é inútil” e “a coisa mais cara” de um governo.
“Só neste governo já foram mais de US$ 150 bilhões de dólares pagos para os acionistas da Petrobras, e esta semana vocês viram que inventaram a distribuição de mais US$ 50 bilhões de um possível lucro futuro. Qual é a ideia? Esvaziar o caixa da Petrobras, para que a gente não possa fazer nada”, disse durante encontro com deputados no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, que está sendo usado como sede pela equipe de transição.
Lula defendeu também que as refinarias paradas sejam reativadas para que o Brasil volte a produzir internamente todo o combustível que consome. “Nós já fomos exportadores de gasolina, e agora nós refinamos por volta de 79% [do que consumimos]. É por isso que tem 390 e poucas empresas importando gasolina dos Estados Unidos, pagando em dólar”.
Privatizações
Ao afirmar categoricamente que a Petrobras “não vai ser fatiada”, o futuro presidente lembrou também dos bancos públicos, os quais garantiu que não serão privatizados. “O Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BNB e o Basa voltarão a ser bancos de investimento, inclusive para pequenos e médios empreendedores”, prometeu.
“Agora eu estou sabendo que eles [governo Bolsonaro] vão pegar mais não sei quantos bilhões do BNDES. Agora, antes da nossa posse, para deixar o BNDES vazio, para que a gente não tenha capacidade de investimento”, disse Lula.
Para ele, muito do que é chamado de “gasto” precisa passar a ser considerado “investimento”, citando o exemplo do programa Farmácia Popular.
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