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Privatização da Sabesp – A maioria da população de São Paulo é contra a privatização da Sabesp, a companhia de saneamento do estado, apontou pesquisa Datafolha realizada entre 3 e 5 de abril.
O levantamento constatou que 53% dos paulistas são contra a privatização da Sabesp, enquanto 40% são a favor. O único grupo majoritariamente favorável à privatização da Sabesp é o de empresários, com 54% a favor.
Apenas 1% disse ser indiferente, e 6% não souberam responder.
Maioria dos brasileiros é contra as privatizações, aponta Datafolha; veja dados
A pesquisa foi realizada em 65 municípios de todas as regiões do estado, com entrevista presencial de 1.806 pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Rejeição por grupo
Nenhum recorte de gênero, idade, escolaridade e renda teve resultado majoritariamente favorável à privatização da Sabesp. Apenas entre os entrevistados de 35 a 44 anos houve empate de 48% contra e 48% a favor.
A maioria favorável não é atingida nem quando se divide o grupo por voto declarado a governador de São Paulo no segundo turno do ano passado, porém a vantagem dentre os eleitores de Tarcísio de Freitas (Republicanos) aumenta: 49% são favoráveis.
Dentre aqueles que votaram em Fernando Haddad, a rejeição à privatização da Sabesp é de 65%.
No recorte por ocupação, apenas os empresários são exceção e aprovam a privatização da companhia. Entre estudantes, a rejeição é de 65%, seguidos por funcionários públicos (59%) e desempregados (54%).
Quando perguntados sobre a qualidade do serviço se a Sabesp fosse privatizada, 24% acreditam que seria muito melhor, 25% um pouco melhor, 17% acham que seria igual, 10% um pouco pior, 14% muito pior e 11% não souberam opinar.
Privatização da Sabesp em 2024?
Apesar de a maioria da população paulista ser contra a privatização da Sabesp, Tarcísio diz que deseja entregar a empresa à iniciativa privada já em 2024. A concessão é considerada um dos principais projetos de sua gestão.
O assunto, inclusive, foi destaque no discurso do governador no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira (10) ao fazer o balanço dos 100 primeiros dias de sua gestão.
“A Sabesp é a grande privatização do Brasil hoje. Você vai lá para fora e só se quer saber disso. Todo o mundo interessado (na Sabesp). Se no governo federal o termo ‘privatização’ se tornou tabu, em São Paulo tornou-se palavra de ordem”, disse.
Em relação ao interesse estrangeiro na companhia, o governador acredita que um contrato com o Banco Mundial para estruturação do projeto de privatização será assinado nos próximos dias.
O modelo de privatização ainda não foi divulgado, mas o estudo está sob responsabilidade da Secretaria de Parcerias em Investimentos.
No entanto, a secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística, Natália Resende, já revelou que a inspiração para o projeto é a privatização da Eletrobras, realizada durante o governo Jair Bolsonaro.
“O que a gente pode fazer é diluir essas ações na lógica da Eletrobras, ou seja, aumentar a quantidade de ações do privado, mas permanecer com o que a gente chama do golden share, por exemplo, que significa: em decisões estratégicas, o Estado permanece com poder de veto”, disse em janeiro.
No discurso, Tarcísio disse que o governo ainda vai “estudar o melhor modelo” com “metade de universalização do serviço e tarifa menor”. “É falso que, se privatizar a conta d’água vai aumentar”, afirmou.
O governador, no entanto, não explicou como seriam feitos os cálculos das tarifas ou se o governo pretende subsidiar os preços caso eles aumentem, já que companhias estrangeiras têm seus lucros em dólar, o que tende a causar aumentos.
Tarcísio quer que as privatizações de estatais paulistas sejam a grande marca de sua gestão. Ele tem 15 projetos de desestatização que, segundo afirma, podem arrecadar R$ 180 bilhões.
(Com informações de Folha de S. Paulo e CNN)
(Foto: Reprodução)