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Meta de inflação é mantida – O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reuniu pela primeira vez no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (16). O encontro tratou do prejuízo do Banco Central registrado em 2022.
Em meio às tensões entre presidente Lula e o BC, havia expectativa sobre o resultado do encontro entre os membros do conselho, que é formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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O CMN é o responsável por estabelecer a meta da inflação, mas o tema não foi discutido no encontro que durou apenas 28 minutos, conforme Haddad já havia antecipado. Desta forma, a meta de inflação para este ano permanece em 3,25%.
Os juros altos também não entraram na pauta. As críticas de Lula à política de juros do Banco Central, que mantém a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, levaram a uma expectativa de que o CMN pudesse tornar a meta mais flexível.
CMN aprovou prejuízo do Banco Central
Na reunião, foi aprovado o balanço da autoridade financeira, que registrou um prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022. O saldo negativo é explicado pela queda do dólar em relação ao real e pela subida dos juros americanos.
O Banco Central tem US$ 325 bilhões de dólares na carteira, e a correção cambial e a variação da carteira são os principais fatores que explicam o resultado negativo.
O Tesouro Nacional cobrirá R$36,6 bilhões do resultado negativo, enquanto o restante será coberto pela reserva de resultado e pela redução de patrimônio do próprio Banco Central.
O último resultado negativo do BC havia sido registrado no segundo semestre de 2020, quando alcançou R$33,6 bilhões. Desde 2021, a avaliação do balanço do BC passou a ser anual, e o resultado precisa ser aprovado pelo CMN após avaliação de auditores independentes.
Como é definida a meta de inflação no Brasil
A meta de inflação é definida em termos percentuais para um determinado ano-calendário e tem como objetivo controlar a inflação e manter a estabilidade econômica do país.
O objetivo é que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo CMN, com um intervalo de tolerância. Atualmente, este intervalo é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
A meta de inflação pode ser alterada pelo CMN quando há mudanças significativas no cenário econômico do país. No entanto, qualquer mudança na meta precisa ser justificada e anunciada com antecedência.
Papel do Banco Central na inflação
O Banco Central é o responsável por implementar a política monetária para atingir a meta de inflação. Para isso, ele utiliza a taxa básica de juros da economia, a Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), um órgão colegiado do Banco Central, formado principalmente por representantes de bancos e instituições financeiras.
Quando a inflação está acima da meta estabelecida, o Banco Central pode aumentar a taxa de juros para reduzir a demanda por bens e serviços, diminuindo a pressão inflacionária.
Quando a inflação está abaixo da meta, o Banco Central pode reduzir a taxa de juros para estimular a economia e aumentar a demanda por bens e serviços.
Crítica de Lula ao Banco Central
Em 2022, a inflação ficou abaixo da meta, mas o BC decidiu manter a Selic em 13,75% – patamar fixado em agosto do ano passado e o mais alto desde novembro de 2016, quando era de 14%.
A decisão de manter a Selic num valor tão elevado apesar da queda na inflação é o que tem motivado as críticas de Lula, que diz que não há razão para os juros estarem tão altos. O Brasil tem a maior taxa real de juros do mundo.
(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)