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Militares querem votação em cédula de papel – As Forças Armadas apresentaram ao Senado Federal, na última quinta-feira (14), uma proposta de uma espécie de ‘votação paralela’ nas eleições do fim do ano, com o uso de cédulas de papel .
A ideia foi apresentada pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, durante audiência convocada pelo senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE).
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A sugestão segue a linha do discurso recorrente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem colocado em dúvida a segurança do processo eleitoral, mesmo sem apresentar qualquer evidência de falha ou fraude nas urnas eletrônicas brasileiras.
‘Reforçar transparência’
A justificativa dos militares é de que é necessário reforçar a transparência da votação e de acordo com o ministro de Bolsonaro, a votação adicional seria apenas um “teste de integridade” das urnas eletrônicas nas eleições de outubro.
Além da votação com cédulas de papel, haveria uma segunda urna eletrônica nas seções escolhidas.
Segundo os militares, essa ‘testagem’ poderia ajudar a dar mais segurança às eleições, apesar de nenhuma investigação oficial jamais ter detectado qualquer fraude nas urnas.
Esse “teste” seria uma fase a mais no processo de “fiscalização” das eleições.
Nota à imprensa
Em nota ao site UOL, o Ministério da Defesa afirma que o ministro titular da pasta propôs a aplicação do Teste de Integridade da Urna Eletrônica, já utilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O Teste de Integridade com cédulas de papel já é um procedimento adotado pelo TSE nas eleições”, afirma a nota.
“Segundo o TSE, o Teste de Integridade é utilizado pela Justiça Eleitoral desde 2002, com o objetivo de testar a segurança na captação e contagem do voto pela urna eletrônica. Consiste na realização de uma votação equivalente à votação oficial com o propósito de comprovar que o voto recebido/digitado é exatamente aquele que será contabilizado. Pelo modelo, no dia do pleito, urnas sorteadas recebem os votos das cédulas impressas preenchidas por representantes dos partidos políticos e das coligações em quantidade equivalente entre 75% e 82% do número de eleitores registrados na respectiva seção eleitoral. As cédulas de votação são depositadas em urnas de lona lacradas e conferidas com o Boletim de Urna”, diz a nota.
Os movimentos oficiais do governo Bolsonaro, com as Forças Armadas atuando mais fortemente a partir de questionamentos ao TSE, fazem parte de estratégia adotada pelo presidente de colocar em dúvida a confiança nas urnas.
(Com informações de UOL)
(Foto: Montagem/Reprodução)