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Milhões que Bolsonaro recebeu via Pix – Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes deve mandar bloquear – nos próximos dias – os R$ 17,2 milhões recebidos por Jair Bolsonaro via Pix entre janeiro e julho de 2023.
A informação consta em reportagem da revista Isto É, que afirma que a Polícia Federal (PF) já possui um pedido de bloqueio dos valores pronto para ser enviado ao ministro. A reportagem acrescenta que Moraes deve acatar a solicitação e congelar a quantia milionária.
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A suspeita dos agentes da PF é de que Bolsonaro esteja ocultando um esquema de lavagem de dinheiro através de depósitos fracionados via Pix feitos em sua conta bancária.
O caso veio à tona a partir de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou as transações suspeitas. Recentemente, o ex-presidente ter feito uma fez uma campanha de arrecadação, pedindo doeações aos seus apoiadores para pagar multas impostas a ele por descumprimento de regras sanitárias à época da pandemia do coronavírus.
No entanto, o Coaf revelou que Bolsonaro usou parte desses recursos para fazer aplicações financeiras e que sequer pagou as multas que teriam motivado a campanha. Os investigadores da PF pretendem rastrear cada um dos depósitos, identificar os CPFs e, assim, apurar se do que as movimentações se tratam, na verdade. Uma das suspeitas seria de que o esquema serviria para “esquentar” dinheiro recebido com venda de joias do governo brasileiro no exterior.
“Com o bloqueio e quebras, vamos poder cruzar os dados e chegar aos doadores. É que o sistema PIX é feito pelos bancos, identifica o CPF dos supostos colaboradores. Diante disso, vamos aos doadores saber de onde obtiveram o dinheiro doado. Essas pessoas vão ter que demonstrar como receberam os valores doados. Com isso, podemos comprovar que as doações não passam de lavagem de dinheiro”, disse uma fonte da PF, que não teve o nome revelado, ao jornalista Germano Oliveira.
Denúncia no MPF
No início deste mês, a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) fez uma representação para que o caso do Pix de Bolsonaro seja investigado ao Ministério Público Federal (MPF).
O objeto da ação é o fato do ex-presidente ter feito campanha pedindo dinheiro aos seus apoiadores para supostamente pagar multas e, em vez de utilizar o dinheiro para quitar as dívidas em questão, ter aplicado o montante arrecadado em investimentos.
“A campanha arrecadou cerca de R$17.000.000,00 (dezessete milhões de reais) por meio de 769 mil transações feitas via Pix ao longo deste ano. No entanto, conforme amplamente noticiado, o Representado, ao invés de pagar as multas citadas com o arrecadado, investiu o valor em renda fixa em seu nome”, afirma a deputada na representação encaminhada ao MPF.
“Em nenhum momento o Representado deixou nítido aos doadores a finalidade das doações, ludibriando-os de que seriam voltadas para o pagamento das multas decorrentes de violações de normas sanitárias no Estado de São Paulo, mas, ao fim, tornaram-se mais uma fonte de sua renda pessoal”, prossegue.
Na opinião da parlamentar, a conduta de Bolsonaro pode configurar o crime de estelionato, que consiste, segundo o Código Penal, em “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
Na representação, a psolista solicita que o MPF investigue a origem das doações de alto valor feitas a Bolsonaro via Pix para evitar a utilização do mecanismo para o cometimento de crimes como lavagem de dinheiro.
“Mister se faz, igualmente, a investigação da origem das doações dado o alto valor arrecadado, visto o risco de ocorrer, por meio de Pix, a dissimulação de origem criminosa dos valores”, pontua.
(Com informações de revista Fórum e Isto É)
(Foto: Montagem/Reprodução)