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“Mão de Deus” – Dois telescópios espaciais de raios X da Nasa (agência espacial norte-americana) registraram uma imagem impressionante do que parece ser a “mão de Deus” – ou uma “mão cósmica” gigante.
A foto foi divulgada no dia 30 de outubro pela agência espacial, que combinou os “poderes” de dois dos seus melhores telescópios. A imagem combina dados do Observatório de raios X Chandra da Nasa e do Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE) e foram publicados em um artigo no periódico The Astrophysical Journal.
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A “mão” enorme é, na verdade, uma nebulosa formada pelo vento produzido por um pulsar, que é nada mais do que uma estrela de nêutrons. Isto é, trata-se de uma estrela morta que sobrevive através de plumas de partículas de matéria energizada e antimatéria.
O pulsar em questão foi observado pelo Observatório de raios X Chandra pela primeira vez em 2001. Na época, a observação revelou que a nebulosa de vento de pulsar (chamada MSH 15-52), localizada a 16 mil anos-luz da Terra, se assemelha a uma mão humana.
Recentemente, o telescópio IXPE observou MSH 15-52 por cerca de 17 dias — o tempo mais longo que o instrumento olhou para um único objeto desde seu lançamento, em dezembro de 2021.
Campo magnético
O líder do estudo, Roger Romani, da Universidade Stanford, explica que os dados do IXPE fornecem o primeiro mapa do campo magnético na “mão gigante”.
“As partículas carregadas que produzem os raios X viajam ao longo do campo magnético, determinando a forma básica da nebulosa, assim como os ossos fazem na mão de uma pessoa”, disse, em comunicado.
O IXPE também detectou campos magnéticos semelhantes para as nebulosas de vento de pulsar Vela e Caranguejo, apontando que podem ser surpreendentemente comuns nesses objetos.
Segundo a Nasa, o telescópio também forneceu informações sobre a polarização de raios X, que é a orientação do campo elétrico – determinada pelo campo magnético da fonte desses raios.
Nas regiões da nebulosa de vento de pulsar, a quantidade de polarização atinge o nível máximo esperado – para atingir essa força, o campo magnético deve ser muito reto e uniforme, o que significa que há pouca turbulência nessas regiões da nebulosa. É o que acontece no final do jato.
Já no início do jato – visto na parte inferior da imagem da “mão” – a polarização é baixa, porque essa é uma área turbulenta com campos magnéticos complexos e emaranhados associados à geração de partículas de alta energia.
Isso indica que as partículas recebem um impulso de energia em regiões turbulentas perto do pulsar na base da “palma”, e fluem para áreas onde o campo é uniforme ao longo do “pulso”, dos “dedos” e do “polegar”.
“Descobrimos a história da vida de partículas superenergéticas e de antimatéria ao redor do pulsar”, afirma o coautor da pesquisa, Niccolò Di Lalla. “Isso nos ensina como os pulsares podem atuar como aceleradores de partículas.”
(Com informações de Revista Galileu)
(Foto: Divulgação/Nasa)