Share This Article
Revogar reforma trabalhista e modernizar CLT – Em entrevista concedida ao jornalista Guilherme Tavares do JC Online, Antonio Neto (PDT), prega que a legislação atual precariza trabalho, mas a CLT também precisa de revisão.
Para reduzir o desemprego, é necessário revogar a reforma trabalhista de 2017 e modernizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa é a visão do presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto (PDT), para a retomada do crescimento econômico do País e redução do endividamento não só das famílias, mas também de muitas empresas. “Hoje há uma exploração mais acentuada e deliberada do empregador em relação ao empregado, precarizou muito”, argumenta o sindicalista, que defende a criação de um novo código brasileiro do trabalho.
“Nossa reforma trabalhista de 2017 é uma cópia do que aconteceu na Espanha em 2012. Lá, eles fizeram uma grande flexibilização, mas a situação piorou, porque aumentou o desemprego, a informalidade, precarizou o trabalho e reduziu salários”, explica Neto. No começo deste ano, o governo espanhol anunciou mudanças no pontos considerados mais problemáticos da reforma de dez anos atrás, mas não a revogou por completo.
Ciro Gomes vence ação contra blog lulista na Justiça: ‘tudo picareta’
Segundo o presidente da CSB, também é necessário revisar a CLT devido à grande quantidade de legislações apêndices que surgiram desde 1943, como a do FGTS e da participação nos lucros e resultados (PLR). “A CLT é velha. Precisa de uma modernização. Queremos criar um novo código brasileiro do trabalho a partir de uma comissão tripartite, entre governo, empresários e trabalhadores”.
Neto, que é pré-candidato a deputado federal, reuniu-se com lideranças sindicais de Bauru na última quarta-feira (27), acompanhado da também pré-candidata a deputada estadual Daniela Rodrigueiro (PDT).
A principal pauta da reunião foi sobre direitos trabalhistas. “Existe muita falta de respeito na relação empregador e empregado no home office ou teletrabalho. Exige uma estrutura que muitas vezes não tem, mas exige o mesmo rendimento, muitas vezes sem se importar com doenças ocupacionais, como a depressão”, defende Daniela.
TERCEIRA VIA
A seis meses das eleições, o pré-candidato avalia que o cenário ainda é favorável para o amadurecimento de uma terceira via. No caso do PDT, o presidenciável é Ciro Gomes, ex-governador do Ceará. “Essa polarização só interessa aos dois (Bolsonaro e Lula). Nós não queremos votar por insatisfação, mas sim por inspiração. E não na pessoa, mas no projeto”, defende.
Ainda segundo Neto, na pauta da agenda eleitoral do partido devem estar debates acerca da necessidade de uma reforma tributária, investimento em infraestrutura básica e revisão do pacto federativo. “Os estados e municípios estão falidos. Precisamos rever obras e licitações paradas e voltar a investir em saneamento básico, que automaticamente vai puxar a construção civil. Dessa forma podemos reduzir o endividamento das famílias e a solvência das empresas, que são os principais vetores da economia”, afirma.
A taxa de desemprego no Brasil fechou em 11,1% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBG), divulgada nesta sexta-feira (29). O índice representa estabilidade em relação ao trimestre anterior (11,1%) e queda em relação ao mesmo período de 2021 (14,9%). No entanto, a renda média do trabalhador caiu 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Quem é Antonio Neto? Antonio Neto é filho de ferroviários ligados à luta dos trabalhadores. Formado em análise de sistemas, ajudou a fundar o SINDPD e a CSB, além de ter presidido a Federação Sindical Mundial. Na política foi membro de conselhos de desenvolvimento dos ex-presidentes Itamar Franco e Lula, participou da criação da Lei de Valorização do Salário Mínimo e ao lado de Ciro Gomes do PLR. Saiba mais clicando aqui.
com informações do JC Online
foto: divulgação