Share This Article
Novo advogado de Mauro Cid – Os advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore são os novos responsáveis pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso em Brasília.
Mauro Cid está preso desde que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Venire, na última semana, que investiga supostas fraudes em certidões de vacinação contra Covid-19.
Durante a operação a PF apreendeu US$ 35 mil (cerca de R$ 175 mil) e R$ 16 mil em espécie na casa do coronel Mauro Cid.
O caso também envolve a família de Bolsonaro.
“Confirmo que eu e o Bruno Buonicore assumimos a defesa e por respeito ao Supremo Tribunal Federal, todas as nossas manifestações serão feitas nos autos do processo”, afirmou Fenelon à agência Reuters.
Fenelon é mestre em Direito Penal Econômico pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP-DF) e lançou um livro sobre colaboração premiada no ano passado, a famosa ‘delação premiada’.
Na publicação, o advogado analisa o uso do instrumento no direito processual brasileiro desde 2013, argumentando que “a monopolização do instrumento pela acusação em certos casos pode enfraquecer o instituto”.
‘Especialista’
Bernardo Fenelon já atuou em casos participando da formalização de acordos de colaboração premiada.
Em entrevista dada em outubro do ano passado ao canal Legalis Veritas, ele afirmou que “houve uma mudança de paradigma” sobre a delação premiada no país, que passou a ser tratado, segundo ele, como “um meio de defesa”.
“Houve uma pendularização da forma de punir no Brasil, para o lado mais punitivo, e não para o lado mais garantista”, defendeu o advogado.
Já Bruno Buonicore é professor de Direito Penal no Centro Universitário de Brasília (CEUB) e, entre 2019 e 2022, foi assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Os dois vão substituir a banca liderada por Rodrigo Roca, que renunciou ao posto de advogado de Cid nesta quarta-feira (10).
Roca era nome próximo ao clã de Bolsonaro e alegou razões de foro pessoal e impedimentos familiares.
Acusações
Entre as acusações contra Mauro Cid estão o caso sobre as fraudes nas certidões de vacina e a coordenação de um suposto Caixa 2 no gabinete de Jair Bolsonaro (PL), quando este ainda ocupava a presidência da República.
Além disso, o ex-ajudante de ordens é peça- chave no caso das joias sauditas trazidas por uma comitiva ministerial do governo Bolsonaro.
Cid também é investigado por incitar crime durante live realizada pelo ex-presidente, quando Bolsonaro associou a vacina contra Covid-19 ao vírus da AIDS.
As investigações agora apontam para a possível atuação de Mauro Cid na articulação de um plano para dar um golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
(Com informações de Carta Capital)
(Foto: Montagem/Reprodução)