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Onda de violência no Equador tem toque de recolher e invasão à TV; entenda

Onda de violência no Equador – Nesta quarta-feira (10), a onda de violência que assusta o Equador entrou em seu segundo dia. Na terça (09), o presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” no país para tentar controlar a situação. Pero menos 70 pessoas foram detidas, além de um saldo de 10 mortos.

Diversas cidades do país registraram invasões, explosões e sequestros nas últimas horas. A imprensa equatoriana confirma a morte de oito pessoas em Guayaquil. Em Nobol, são dois mortos. Diante do caos instalado, o governo convocou as Forças Armadas para realizar operações com o objetivo de neutralizar grupos criminosos.

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A crise explodiu na segunda-feira (08), após a fuga da prisão do criminoso José Adolfo Macías, mais conhecido como “Fito”. Macías é chefe da “Los Choneros”, uma das facções criminosas mais temidas do país. O governo pretendia transferir Fito e outros chefes de facções para uma prisão de segurança máxima e após a fuga de Fito, o presidente Noboa decretou estado de exceção.

A medida estabeleceu toque de recolher e restringiu os direitos de reunião, de privacidade de domicílio e de residência. Além disso, as Forças Armadas foram às ruas apoiar o trabalho da polícia.

As autoridades relataram a fuga de diversos criminosos de prisões do país, entre eles Fabricio Colón Pico, um dos líderes do grupo “Los Lobos”. Assim como Fito, ele também seria transferido para uma prisão de segurança máxima.

TV invadida ao vivo

A TV estatal TC Televisión foi invadida por homens armados em Guayaquil. Funcionários foram rendidos e colocados no chão, inclusive jornalistas que estavam ao vivo em um telejornal. Os criminosos também invadiram uma universidade da cidade, levando a instituição a suspender as aulas.

Assista trechos da invasão à TV:

Penitenciárias do país sofreram tentativas de motim, com sequestro de guardas, e ao menos sete policiais foram sequestrados, nas cidades de Machala e Quito. Um brasileiro foi sequestrado em Guayaquil. O Itamaraty disse que monitora a situação.

Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto de uma ponte de pedestres. Explosões também foram registradas na província de Esmeraldas. Em Quevedo, no norte do país, há relatos de violência contra a população, incêndios e saques.

O governo equatoriano identificou como organização terrorista 22 facções criminosas e “atores beligerantes não estatais”. As Forças Armadas foram autorizadas a realizar operações militares para “neutralizar” os grupos criminosos, “respeitando os direitos humanos”. Na noite desta terça, Noboa anunciou a instalação do Conselho de Segurança Pública e do Estado (Cosepe).

“Não permitiremos que grupos terroristas destruam a paz do país”, escreveu o presidente em uma rede social.

Aulas suspensas

Um balanço parcial divulgado pela Polícia Nacional do Equador na madrugada desta quarta afirma que a ação contra “atos terroristas” resultou – até agora – em 70 pessoas detidas, 17 presos recapturados e três policiais liberados, além de apreensões de armas de fogo, explosivos e veículos.

O Ministério da Educação do país suspendeu as aulas presenciais em todo o país até a próxima sexta-feira (12). No Congresso, todos os partidos políticos fecharam um acordo para apoiar o governo no combate ao crime organizado. A sede presidencial e as estações de metrô de Quito foram militarizadas.

O Peru anunciou que enviou reforços de policiamento para a fronteira com o Equador, enquanto o Itamaraty disse que o Brasil está acompanhando a situação do Equador com preocupação.

Presidente mais jovem da história

Daniel Noboa, de 36 anos, foi eleito em outubro e se tornou o presidente mais jovem da história do Equador. Noboa chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.

O novo presidente anunciou na última semana que construirá dois presídios de segurança máxima nas províncias de Pastaza e Santa Elena. As unidades serão semelhantes às construídas por El Salvador, que enfrenta uma guerra contra gangues.

Com a escalada de violência nos últimos dias, vídeos circulam nas redes sociais mostrando supostas execuções de agentes penitenciários e policiais sendo feitos reféns. Daniel Noboa atribuiu a violência dentro das prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.

“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado no Instagram.

Gangues e drogas

Localizado entre a Colômbia e o Peru – os maiores produtores mundiais de cocaína -, o Equador se transformou em um centro do tráfico internacional de drogas nos últimos anos. As gangues lutam pelo controle das ruas, das prisões e das rotas do tráfico.

O ano de 2023 terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes no país de 17 milhões de habitantes.

Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 cresceram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes.

Cerca de 3.600 pessoas foram assassinadas no país neste ano, segundo o Observatório Equatoriano do Crime Organizado.

(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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