Share This Article
Partido acusa ministro de pressionar a PF e de apoiar investigados por crimes ambientais
O diretório nacional do PDT apresentou nesta quinta (15) uma notícia-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusando-o de pressionar a Polícia Federal e de apoiar investigados por crimes ambientais.
A ação, que também acusa Salles de empregar esforços para atrapalhar medidas de fiscalização, pede que ele seja responsabilizado pelo crime de advocacia administrativa —quando há patrocínio, direto ou indireto, de interesse privado por parte de um funcionário público.
“O Ministério do Meio Ambiente está sendo utilizado para satisfazer os interesses pessoais e empresariais. Para tanto, o senhor Ricardo Salles vale-se do cargo que ocupa para obstaculizar as investigações e proteger o empresariado que angaria lucro com a destruição do meio ambiente”, afirma a ação do partido.
O documento apresentado ao Supremo pede que a notícia-crime seja enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) “para fins de adoção de todas as medidas necessárias à elucidação dos crimes narrados”.
Nesta quinta (15), o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu trocar o chefe do órgão no Amazonas, Alexandre Saraiva, que pediu investigação contra o titular da pasta do Meio Ambiente.
Em atrito com Salles por causa da maior apreensão de madeira do Brasil, Saraiva encaminhou ao STF uma notícia-crime em que cita condutas do ministro e do senador Telmário Mota (Pros-RR) que atrapalhariam medidas de fiscalização.
Na ofício, Saraiva afirmou que Salles dificulta fiscalização ambiental e patrocina interesses privados.
O ministro aponta falhas na investigação e defende as empresas. Ele diz que uma “demonização” indevida do setor vai contribuir para aumentar o desmatamento ilegal.
“Será talvez a primeira vez na história que um grupo que dá as caras pode ser chamado de organização criminosa. Mas isso quem vai dizer é a investigação. Não tem sentido a gente não ter resposta conclusiva depois de cem dias de apreensão do material”, disse Salles em entrevista à Folha.
Fonte: Folha de São Paulo