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PF pede quebra de sigilo de Michelle – A Polícia Federal (PF) pediu a quebra de sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura supostos desvios de presentes de alto valor oferecidos por autoridades estrangeiras a Bolsonaro enquanto ele ocupava a presidência da República.
Os pedidos foram enviados ao relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que decidirá se autoriza ou não. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
No sábado (12), Michelle publicou um versículo bíblico em suas redes sociais.
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“Há uma promessa linda na Bíblia que diz: Quando for a hora certa, Eu, o Senhor, farei acontecer”.
Na sexta, um vídeo que mostra a reação da ex-primeira dama a mulheres que a questionaram sobre o paradeiro de joias dadas por autoridades de outros países viralizou. Na ocasião, Michelle foi até a mesa das mulheres, em um restaurante de Brasília, e teria respondido: “você é tão mal-informada que sabe onde estão as joias”.
Amigo pessoal de Michelle, o maquiador Agustin Fernandez teve reação mais agressiva e xingou as mulheres. O vídeo também indica que ele também jogou um copo de gelo nelas. Em nota, a assessoria da ex-primeira-dama afirmou que Michelle “apenas respondeu aos insultos” e repudia esse tipo de ação. Fernandez não se pronunciou.
A investigação sobre as joias e presentes dados por autoridades árabes a Bolsonaro aponta a participação do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal.
Operação da PF
A ação deflagrada pela PF na sexta-feira (11) dá início à reta final das apurações que podem resultar na acusação de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa.
Foram alvo de diligências o general Mauro Lourena Cid, além de seu filho, o ajudante de ordens Mauro Cid, Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Exército e que também atuou na ajudância de ordens da presidência.
A investigação mostra que o grupo foi para os Estados Unidos em julho e em 30 de dezembro do ano passado com o avião presidencial, tentando vender ao menos quatro conjuntos de presentes.
“(Uma vez nos EUA), os referidos bens teriam sido encaminhados para lojas especializadas em venda e em leilão de objetos e joias de alto valor”, afirma o documento assinado por Moraes.
Agentes da PF afirmam que os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, sem utilização do sistema bancário formal, visando ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
A defesa de Bolsonaro informou que o ex-presidente coloca sua movimentação bancária à disposição das autoridades e que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.
Em nota, Bolsonaro afirmou que pediu ao TCU “voluntariamente”, em março deste ano, a entrega de joias recebidas “até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”.
Procurado, o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, disse que ainda não teve acesso aos autos da investigação que ocasionou as buscas e apreensões. “Por esse motivo não temos como fazer qualquer comentário”, afirmou.
Frederick Wassef não se pronunciou a respeito.
(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Alan Santos/PR)