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Prates assume Petrobras – O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (26) a nomeação de Jean Paul Prates à presidência da estatal.
Prates já renunciou a seu mandato no Senado, que se encerraria em fevereiro, o que deve agilizar a posse.
A Petrobras ainda não informou o resultado da reunião, mas segundo apuração da Folha a aprovação foi por unanimidade, mesmo que o colegiado hoje seja formado majoritariamente por pessoas alinhadas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Jean Paul Prates assume a presidência da petrolífera já sob pressão do Governo Federal – acionista controladora – por uma mudança nos rumos da tão criticada política de preços de combustíveis, mas uma alteração significativa no curto prazo não é esperada por especialistas do mercado.
“Com a mudança para o novo CEO, a gente não vê um impacto relevante de preços no curto prazo, não só pelas questões estatutárias… Ele mesmo (Prates) já deixou claro que não vai… deixar que a política de preços não siga um comportamento internacional”, disse o sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo.
Política de preços
A Petrobras elevou na véspera o valor da gasolina nas refinarias em 7,5%, passando de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro nas refinarias, mas analistas ainda veem espaço para novos reajustes.
Os preços do diesel da Petrobras considerando média nos principais polos de venda às distribuidoras no fechamento de quarta-feira está 2% abaixo da paridade de importação, enquanto a gasolina está 4% abaixo, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Mas a pressão do governo federal vem também em momento em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem estudado meios para voltar a cobrar tributos federais sobre diesel e gasolina —este último previsto para ser retomado no fim deste mês— sem onerar o bolso dos consumidores. O ministro tem dito que aguardava a posse do novo CEO para encontrar uma solução junto à estatal.
Prates, por sua vez, tem defendido o fim da aplicação da paridade de importação para a formação dos preços da petroleira, mas diz que a empresa ainda assim seguirá indicadores internacionais.
Refinarias
A Petrobras também realizou a privatização da refinaria Rlam, na Bahia, que representa 14% da capacidade total de processamento de petróleo do país, em outro movimento que reduziu sua relevância no suprimento nacional.
A unidade, rebatizada de Mataripe, pertence hoje à Acelen, do grupo Mubadala Capital, que tem uma política de preços de combustíveis com atualizações mais frequentes do que a Petrobras.
(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)