Entrada do Brasil na Opep+ – Nesta sexta-feira (1º), o presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu a entrada do Brasil na Opep+, grupo composto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e produtores aliados.
Prates avalia que o país deverá entrar no grupo com um papel de cooperação e observação das decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul, com uma produção que atingiu 4,66 milhões de barris/dia em setembro.
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“Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota”, afirmou o presidente da estatal brasileira.
O convite para entrar na organização foi feito ao Brasil durante visita do Lula (PT) à Arábia Saudita, nesta semana. No entanto, o governo ainda analisa a situação antes de dar uma resposta oficial sobre o assunto.
O presidente da Petrobras aponta que o Brasil irá analisar as regras de funcionamento da plataforma para tomar uma decisão em junho do próximo ano. Na quinta-feira (30), informações que circularam na imprensa já davam conta de que o Brasil não deve participar do sistema de cotas de produção da Opep+ – que pode levar a cortes no fornecimento de petróleo.
“Em junho, vai ter outra reunião onde aí certamente, em Viena, o Brasil vai levar e dizer ‘olha, eu topo participar, estou dentro’. E aí passar a participar das reuniões como uma espécie de membro observador”, disse Jean Paul Prates.
Uma das principais resistências para o Brasil participar das cotas é a Petrobras, que busca elevar sua extração no país para aumentar a oferta de derivados no mercado interno.
Além disso, a petroleira obtém importantes receitas com exportações de petróleo.
Entenda a Opep+
A Opep é uma coalizão de países produtores de petróleo que coordena as políticas de produção do produto, enquanto a Opep+ inclui produtores aliados. A Opep tem 13 membros. Já a Opep+ acrescenta outros 10 países.
Os membros atuais da Opep são Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Líbia, Kuwait, Iraque, Irã, Gabão, Guiné Equatorial, República do Congo, Angola e Argélia. Já a Opep+ acrescenta países como Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, México, Bahrein, Brunei, Omã, Sudão e Sudão do Sul.
O Brasil despertou interesse da Opep+ porque está entre os dez maiores países produtores de petróleo e é o maior produtor da América Latina desde 2016. Como reúne os maiores produtores de petróleo do mundo, as decisões da Opep+ têm um impacto significativo nos preços do derivado, afetando a economia global e a inflação para consumidores e indústrias.
O grupo precisa se adaptar a mudanças nas dinâmicas do mercado, incluindo a ascensão de fontes de energia alternativas, a volatilidade da demanda global por petróleo e as crescentes tensões geopolíticas em regiões-chave.
(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução / Tânia Rêgo/Agência Brasil)