Categorias
Política

Procuradoria Eleitoral pede cassação do mandato de Moro; saiba

Cassação do mandato de Moro – Nesta quinta-feira (14), a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná emitiu parecer favorável à cassação do mandato do ex-juiz, ex-ministro e atual senador Sergio Moro (União Brasil). Além disso, o órgão pede a inelegibilidade do ex-juiz, visto que entendeu que houve prática de abuso de poder econômico durante a pré-campanha eleitoral de 2022.

A chapa do senador foi acusada em duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) de caixa dois, utilização indevida de meios de comunicação social, além de abuso de poder econômico.

Ricardo Nunes encosta em Boulos e hoje venceria 2º turno, diz pesquisa

As ações foram protocoladas pelo PL do ex-presidente Bolsonaro – de quem Moro foi ministro da Justiça – e pela federação que envolve o PCdoB, o PV e o PT do atual presidente Lula. Moro prestou depoimento no dia 7 de dezembro e no mesmo dia, o ex-juiz criticou as duas ações da qual é alvo, as quais classificou como “levianas”.

No parecer publicado nesta quinta, os procuradores Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado descartaram as acusações de uso indevido de comunicação social e de caixa dois, mas entenderam que houve abuso de poder econômico.

O entendimento se deve ao gasto de pelo menos R$ 2 milhões durante a pré-campanha, feito com verbas do Podemos e do União Brasil. O relatório aponta que o total gasto por Moro na pré-campanha equivale a 110% da média dos investimentos realizados por todos os candidatos ao Senado durante a campanha eleitoral no estado.

“Este contexto demonstra que os meios empregados para a realização de pré-campanha e os valores despendidos nesta empreitada em prol dos investigados mostrou-se, de fato, desarrazoada, assumindo contornos de uso excessivo do poderio econômico.”

Os procuradores também levaram em conta o fato de que a pré-campanha de Moro estava voltada para a corrida presidencial em seu início. A mudança para a disputa por uma vaga no Senado não é considerada ilegal, mas os procuradores entenderam que a pré-campanha foi “abusiva” pela grande visibilidade gerada em detrimento dos concorrentes do ex-juiz, aliado, claro, aos altos investimentos financeiros.

“A projeção nacional de uma figura pública desempenha um papel crucial, mesmo em eleição a nível estadual, influenciando diversos aspectos do processo eleitoral. A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável.”

Sendo assim, caso a Justiça decida pela cassação definitiva do mandato de Moro, a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná recomendou a realização de novas eleições para o Senado, no Paraná.

Agora, os autos seguem para o desembargador relator do caso, que deve julgar a ação em janeiro.

O que dizem os citados

Sergio Moro

Advogado de Sergio Moro, Gustavo Guedes afirmou que respeita, mas discorda do parecer, já que os procuradores consideraram gastos fora do Paraná e indiferentes eleitorais como despesas de pré-campanha.

“A boa notícia é que dos 20 milhões inventados pelo PT; e os 6 milhões criados pelo Podemos, já reduzimos para 2 milhões. Seguiremos baixando ainda mais a conta no trabalho de convencimento dos juízes do TRE. A improcedência acontecerá.”

PT

Representante do PT na ação, o advogado Luiz Eduardo Peccinin disse que o parecer reconheceu que Moro violou a lei e “trapaceou para vencer as eleições”.

“Temos certeza que a Justiça Eleitoral do Paraná não se furtará a sua história de intransigência com o abuso de poder, cassando e declarando a inelegibilidade de Sérgio Moro e seu suplente.”

PL

Em nome do PL, os advogados Guilherme Ruiz Neto e Bruno Cristaldi afirmaram que a ação mostra que o abuso de poder econômico na pré-campanha dos investigados foi grave o suficiente.

“Ainda assim entendemos que o parecer, por mais que favorável, deveria ter sido mais severo em relação a muitos outros pontos que foram relevados. Aguardamos o julgamento do TRE/PR, no qual o parecer deve ser recebido com peso diferenciado.”

Entenda as ações

Uma das ações acusa Sergio Moro de “desequilíbrio eleitoral causado pela irregular pré-campanha […] desde o momento da filiação partidária de Moro com lançamento de pré-candidatura ao cargo de presidente”, até o resultado final que o elegeu senador pelo União Brasil.

“Os investigados orquestraram conjunto de ações para usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade, menor circunscrição e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente”, sustenta a ação.

A outra ação diz que há indícios de que Moro utilizou de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Campanha, além de outras movimentações financeiras suspeitas, para construção e projeção da própria imagem enquanto pré-candidato de um cargo eletivo no pleito de 2022.

(Com informações de G1)
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile