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PT não garante apoio a Boulos – Secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto afirmou à coluna de Paulo Cappelli, do site Metrópoles, que o partido não selou acordo para apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024.
A declaração do petista vai na contramão da expectativa de dirigentes do PSOL, que davam como certo a aliança no ano que vem.
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Nas eleições de 2022, Boulos retirou sua candidatura ao governo de São Paulo sob a promessa do PT de que a sigla o apoiaria em 2024.
Segundo o colunista, Jilmar Tatto foi enfático ao dizer que não há compromisso nesse sentido.
“Não (há compromisso do PT de apoiar Boulos)”.
O jornalista diz que ouviu de algumas lideranças petistas que a candidatura do psolista seria uma aposta arriscada.
A avaliação seria de que Boulos teria um bom poder de arrancada em eleições majoritárias, mas pouca capacidade de ampliação.
(Com informações de Metrópoles)
(Foto: Reprodução)
BOULOS NO PSOL
Filiado no PSOL desde 2018, quando conquistou 0,6% dos votos para a Presidência da República, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto foi o segundo deputado federal mais votado no último pleito nacional de 2022, chegando a marca de mais de 1 milhão de votos, quase o dobro dos pouco mais de 600 mil votos que obteve para a Presidência.
Acumulando protagonismo nas manifestações contra o impeachment de Dilma Roussef e, depois, a prisão de Lula, Boulos se destacou pela articulação e liderança da Frente Povo Sem Medo, em 2015, e nas ocupações que questionavam a Operação Lava Jato, como a ocupação do prédio da Odebrecht, em São Paulo, e do triplex do Guarujá atribuído a Lula pela operação.
Considerado um dos ícones da esquerda no Brasil, Boulos, contudo, sofreu acusações de partidários de que sua candidatura em 18 teria sido construída fora do partido “e com o dedo de Lula”, como afirmou Plínio Jr, filho do histórico líder do partido, Plínio Arruda Sampaio, candidato a Presidente pelo PSOL em 2010. Plínio Jr, o “Plininho”, era um dos pré-candidatos do PSOL em 2018 e perdeu a indicação para Boulos, que acabava de chegar no partido.
Visto por muitos militantes como um ‘governista’ dentro do PSOL, partido fundado pelas críticas à esquerda de deputados expulsos do PT ainda no primeiro governo Lula, o deputado federal mais votado da esquerda também sempre se posicionou favoravelmente à recondução do grupo majoritário dentro dos atribulados congressos do partido, grupo esse historicamente comandado pelo deputado federal Ivan Valente e do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.
Em 2020, Boulos ganhou a disputa para a prefeitura de São Paulo da deputada federal mais votada do partido em 2018, Samia Bomfim, uma das principais lideranças da corrente de oposição interna ao grupo majoritário, disputa essa que foi marcada, segundo militantes do partido, por filiações em massa de última hora (prática comum nos Congressos atribuída ao grupo majoritário pela oposição) para dar maioria ao grupo de Boulos.
Com uma campanha considerada vitoriosa pela esquerda em 2020, perdendo no segundo no segundo turno para o então prefeito Bruno Covas, Boulos, que teve o apoio de Lula nos últimos dias de sua campanha para a prefeitura, logo depois se viu em mais uma polêmica em benefício de Lula emplacando a tese vencedora do 7o Congresso Nacional que faria o PSOL não ter candidato a presidente pela primeira vez na história, e derrotou a pré-candidatura do deputado federal, casado com a deputada federal Samia Bomfim, Glauber Braga.
Como um dos coordenadores da campanha de Lula, surfou na onda do atual presidente e, logo depois de sua vitoriosa eleição, disputou com o grupo de Samia, e ganhou, mais uma vez, para que o partido fizesse parte da base do novo governo. O grupo de Sâmia era a favor da posição de independência, posicionamento que o partido sempre manteve durante os governos do PT.