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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já conta com o apoio formal de partidos que somam 265 dos 513 deputados para sua reeleição. O número já é maior que os 257 votos necessários para ser eleito, mas o deputado espera ampliar ainda mais sua vantagem e chegar a mais de 400 parlamentares a seu lado.
A maioria foi consolidada na tarde desta terça-feira (29), após PT e PSB oficializarem seu apoio. O anúncio foi feito pelo líder petista na Câmara, Reginaldo Lopes, que disse que o partido entende ser o movimento necessário para “reconstrução do Brasil”.
“Decidimos pelo apoio à reeleição de Arthur Lira, compreendendo que temos uma agenda de país, de reconstrução do Brasil, uma agenda que o próprio presidente Arthur Lira foi o primeiro a reconhecer a legitimidade das urnas, do voto popular, e nós entendemos que é fundamental essa estabilidade institucional”, afirmou durante coletiva de imprensa.
A maior prioridade para o futuro governo é aprovar, ainda este ano, a chamada PEC da Transição, que tira o Bolsa Família do teto de gastos, dentre outras medidas sociais prometidas durante a campanha. Com o acordo, PT (em federação do PC do B e PB) e PSB garantem 94 votos a Lira que, por sua vez, deve colaborar com a aprovação do projeto.
A expectativa, porém, é que os partidos mais ligados a Lira e aqueles mais próximos de Lula continuem trabalhando juntos após a eleição na Casa, que acontecerá em fevereiro do ano que vem.
“Compreendemos que é possível construir um bloco de governo que possa dar ao país, dar ao presidente Lula, estabilidade, governabilidade, uma base sólida para implementar aquilo que foi encomendado pelo povo brasileiro nas urnas”, disse Lopes.
Frente ampla
Lira espera firmar ainda o apoio do PL, partido de Jair Bolsonaro, PSD, PSDB e até mesmo do MDB, que tem sido seu maior opositor publicamente, mas já admite conversas avançadas para se juntar à maioria.
Com 99 deputados eleitos, o PL tem a maior bancada na Câmara, mas pode perder força nas comissões se ficar isolado. O partido de Valdemar Costa Neto discute seu posicionamento em jantar nesta terça-feira.
Já o PSD ainda não anunciou se apoiará Lira, mas seu presidente Gilberto Kassab, já admitiu que a legenda deverá compor a base do governo Lula.
Blocos
Apesar de PT e PSB terem feito anúncio conjunto, não há garantia de que irão compor o mesmo bloco partidário. Para negociar presidências de comissões e espaço na mesa diretora, o PSB planeja construir um bloco com PSDB, Cidadania e PDT. Já o PT tem negocia com o União Brasil.
A avaliação da bancada do PSB, com 14 parlamentares, é a de que entrar em um bloco com partidos grandes como o PT, com 68 eleitos, os deixaria com menor poder de barganha na divisão dos cargos. A ideia é juntar partidos menores, que têm uma correlação de forças similar, e juntos apresentarem candidatos de consenso para as funções.
Com informações de CNN Brasil e Estadão
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