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Candidatura de Weintraub ao governo de SP – Cristiane Agostine/Valor Econômico – O PTB recuou da possibilidade de filiar e lançar o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para concorrer ao governo paulista, em meio a divergências dentro da base bolsonarista em São Paulo.
O partido tenta fazer uma composição com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (sem partido), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar no Estado, e quer atrair “puxadores de votos” bolsonaristas para a legenda, para ampliar as bancadas estadual e federal.
O presidente do diretório estadual do PTB de São Paulo, Otávio Fakhoury, disse que Weintraub não deve se filiar ao partido.
“Não existe o compromisso dele [Weintraub] se candidatar pelo PTB”, afirmou Fakhoury.
“[Weintraub] está próximo de outro partido, não do PTB. Ele está com os pés em outro partido, menor”, disse.
O ex-ministro foi convidado pelo PMN para ser candidato ao governo.
A mudança nos planos do PTB deu-se depois que Weintraub passou a fazer críticas públicas ao governo Bolsonaro e associar o presidente ao Centrão.
“Lamento que tenha esse atrito com o presidente”, disse Fakhoury.
O presidente do diretório paulista do PTB afirmou que o partido deve buscar uma aliança com Tarcísio e com partidos da base aliada do presidente, como o PL e Republicanos.
Fakhoury disse que a intenção do PTB é fazer uma coligação com o candidato de Bolsonaro e indicar um nome para a vice ou o candidato ao Senado.
Mesmo se não puder fazer a indicação, o partido avaliou que é melhor se manter próximo do candidato de Bolsonaro, para ter apoio e eleger ao menos quatro deputados estaduais e quatro federais.
Hoje, o PTB-SP tem apenas um deputado estadual e nenhum federal.
Nesta semana, o presidente do PTB-SP deve se reunir com a presidente nacional do partido, Graciela Nienov, em Brasília, para definir os rumos da legenda em São Paulo.
Graciela está no comando da sigla desde que o ex-deputado Roberto Jefferson foi preso, no ano passado, por atos antidemocráticos.
“O PTB apoia a chapa de reeleição de Bolsonaro no plano nacional e vamos conversar para ter uma chapa única em São Paulo, para que o partido esteja na coligação [de Tarcísio]”, afirmou Fakhoury.
O presidente do PTB-SP disse ter o desejo de filiar “todos os que se identificam com o bolsonarismo” em São Paulo.
A ideia é trazer para a legenda puxadores de voto como os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos do PSL, o ex-ministro Ricardo Salles e ministro Tarcísio, que resiste a se filiar ao PL, partido do presidente Bolsonaro.
Em São Paulo, o PL participa com cargos do governo João Doria (PSDB), adversário de Bolsonaro na disputa presidencial e apoiador do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) para a sucessão estadual.
A reportagem tentou contato com Weintraub, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Acrescentado
Depois da publicação da reportagem, o presidente do PTB-SP disse que não participou das conversas da direção nacional do partido sobre a eventual filiação e lançamento de Weintraub em São Paulo e reiterou ao Valor que o diretório paulista “nunca discutiu” a entrada do ex-ministro na legenda. Fakhoury reforçou ainda que “não vai procurar” Weintraub para negociar a eventual filiação à sigla. “Ele já tem uma combinação com outro partido”, disse.
O dirigente paulista pediu uma conversa com o presidente Bolsonaro nesta semana para tratar das eleições em São Paulo. Fakhoury disse que a intenção do PTB é “conciliar” e fazer uma composição com o candidato apoiado pelo presidente. “Temos que nos unir em São Paulo”, afirmou. “Se o presidente me perguntar como é que podemos ‘bombar’ a candidatura de Tarcísio’, eu digo a ele”, afirmou, sem detalhar sua estratégia.
Foto: Agência Brasil
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