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Empresa que auditou contas da Americanas recomendou privatização da Eletrobrás

Privatização da Eletrobrás – A crise sem precedentes das Lojas Americanas, gigante varejista, que informou um rombo de R$ 20 bilhões em sua conta – valor 8 vezes maior do que o seu valor de mercado – referente a balanços aprovados de 2022 e anos anteriores, vem gerando uma enxurrada de acusações sobre os responsáveis por este enorme “desfalque”. É consenso que uma das principais motivadoras é a PwC (Price Waterhouse Coopers), uma das quatro maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, que aprovou balanços considerados fraudulentos da varejista.

O rombo nas contas foi causado pela prática do mecanismo ForFait (risco sacado), que consiste na tomada de financiamento com um banco para o pagamento de fornecedores. Amplamente usual no ramo varejista, a ideia é antecipar valore aos fornecedores para em seguida pagar os bancos. No entanto, no caso das Lojas Americanas, a prática foi omitida nos balanços, que reflete em prejuízo a seus credores que pode chegar a R$ 40 bilhões, dos quais cerca de R$ 2,4 bilhões têm o BNDES como credor.

A “inconsistência” que provocou a renúncia do CEO, Sergio Rial, e do diretor de relações com investidores da empresa, André Covre, que renunciaram aos cargos apenas 9 dias após suas posses, expõe a falácia neoliberal sobre a “excelência em gestão” e a gana do alto mercado financeiro que conspira para implantar o utópico “Estado Mínimo”, com foco na privatização de grandes empresas estatais, que são responsáveis em grande parte pelo dito equilíbrio econômico-financeiro e, principalmente, pela “justiça social no país”, quando na verdade colaboram diretamente com o emparelhamento econômico praticado pelos bilionários do setor financeiro.

O envolvimento direto da consultoria PwC na aprovação dos balanços fraudulentos da Lojas Americanas parece ter aberto um novo argumento para a tentativa reestatização da Eletrobrás pelo governo de Luiz Inácio Lua da Silva (PT), tendo em vista que a mesma empresa foi a responsável por avalizar a privatização da ex-estatal.

A maior privatização da história do Brasil tem a assinatura da PwC, que praticou um verdadeiro assalto aos cofres públicos ao fixar em R$ 42 reais o preço da cada ação da Eletrobrás, resultando em cerca de R$ 30 bilhões o valor total para a venda da empresa, uma das maiores do setor energético do mundo. Na época dos fatos, a Eletrobrás tinha em caixa R$ 15 bilhões, e ainda possuía mais R$ 44 bilhões a receber nos próximos quatro anos.

O valor pífio estipulado pela consultoria representa cerca de 5% do valor necessário para se construir toda a estrutura da ex-estatal, sendo necessário hoje investimentos entre R$ 470 bi e R$ 600 bilhões para construir 22 usinas hidrelétricas já amortizadas ou em fase de amortização que correspondem a 48,25% da potência hidrelétrica instalada no país. Tendo ainda, somente em valores de ativos de transmissão, a soma de R$ 50 bilhões, bem como as participações em empresas do setor que chegam a R$ 29 bilhões.

Após a privatização avalizada pela PwC, a Eletrobrás saiu de uma condição de apresentar lucros de quase R$ 1 bilhão no último balanço anterior à privatização, no primeiro trimestre de 2022, para um prejuízo de R$ 88 mil dois trimestres adiante. Além disso, a dívida líquida da empresa também cresceu 75%.

Hoje, as usinas operam em um regime de cotas e vendem energia a preços mais baixos, o que gera prejuízos à empresa, por isso, a privatização da estatal foi calcada, principalmente, com o lastro de mudar o regime de comercialização de energia, visto que descotização da venda de energia por parte da empresa autorizará a comercialização desta a preços livres de mercado, que fará com que a conta seja repassada ao consumidor, que pagará mais caro pela energia.

A possível reestatização da Eletrobrás foi divulgada pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) e confirmada pela Revista Fórum: “Lula, a hora de retomar o controle do sistema elétrico do país é agora. Aqui temos mais um argumento para a reestatização”, afirmou Braga.

Cabe ao governo Lula decidir se é mais importante manter-se aliado aos corruptores da nossa riqueza ou pensar na soberania nacional e garantir o bem-estar do povo.

(com informações de: Revista Fórum)

Por Redação

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