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São aterradores os dados da última PNAD, divulgados pelo IBGE. O mais geral e dramático: metade da população brasileira vive com uma remuneração média mensal de R$421, pouco mais que um terço do salário mínimo, que é o penúltimo pior da América do Sul.
Trocados em miúdos: 108 milhões de brasileiros são obrigados a viver com apenas R$14 em média por dia, isso em um dos países potencialmente mais ricos do mundo. Fica claro, então, porque a fortuna dos nossos 5 maiores bilionários é maior do que tudo que têm estes pobres irmãos.
Esta tragédia vem se arrastando há muito tempo, mas nos últimos nove anos a situação se deteriorou a níveis alarmantes. Neste período, os 5% mais pobres perderam quase metade da renda. Ela era de R$75 mensais em 2012, e caiu para R$39 em 2021 (-48%), sempre descontada a inflação.
Isso daria para comer apenas um prato feito (o popular “pf”), por mês, em São Paulo. É o retrato cruel da nossa pobreza. Deus, oh Deus, que país é este? Que governos tivemos que nos conduziram até este abismo social? A tragédia Bolsonaro não explica tudo isso.
São igualmente culpados os que mantiveram o mesmo modelo econômico e enganaram o povo vendendo feitos espetaculares que, na verdade, nunca existiram. Ou seja: o que era muito ruim apenas ficou pior. O Brasil precisa de uma verdadeira mudança!
Ciro Gomes, em seu perfil no Twitter.
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Fome: número de brasileiros sem ter o que comer quase dobra em 2 anos – A fome já atinge 33,1 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com estimativas do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Este número equivale a quase o dobro da medição de 2020, quando calculava-se que 19 milhões de pessoas encontravam-se nessa situação, e é equivalente aos níveis de fome da década de 1990.