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O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,2% no 1º trimestre de 2021 em comparação com o 4º do ano passado. O resultado garantiu o retorno do PIB ao nível pré-pandemia de covid-19. Os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) surpreenderam economistas, mas são vistos com cautela, já que a retomada econômica mais sólida neste ano ainda depende de alguns fatores: A) vanço na vacinação, B) controle da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus e C) aquecimento do setor de serviços.
O aumento da soma de todas as riquezas do país no último trimestre, comemorado pelo governo federal, foi puxado pela alta de 5,7% na agropecuária. A indústria e os serviços cresceram timidamente, com acréscimo de 0,7% e 0,4%, respectivamente. Em valores, o PIB chegou a R$ 2,048 trilhões.
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De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, um dos fatores que colaborou com os números positivos foram as medidas de restrição mais flexíveis no período. Segundo Rebeca, mesmo com a segunda onda da pandemia de covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, seguiu a mesma linha. Em Brasília, ele disse que o país aprendeu a proteger a economia mesmo com os níveis altos da pandemia. “O que sinaliza um crescimento bastante forte da economia este ano.”
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Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, apontou que as exportações impulsionaram o agronegócio, e a taxa de juros baixa, a indústria. “No entanto, os serviços ficaram para trás por que a pandemia fez com que as pessoas mudassem os padrões de consumo”, explicou.
A imunização contra a covid-19 e o controle da crise sanitária são dois pontos defendidos pelo economista para que o setor possa reaquecer. “Na medida em que a vacinação caminha, os serviços vão reabrir ainda mais e, consequentemente, colaborar mais com o PIB.”
Cautela
Apesar do bom desempenho do produto interno bruto no 1º trimestre deste ano, Padovani afirma que é necessário ver com cautela os próximos passos da economia por causa das condições de renda, que são delicadas no momento. “Temos desemprego elevado, a inflação também está alta e corrói o poder de compra do salário, e ainda dificilmente teremos um auxílio emergencial como tivemos no ano passado. Isso afeta em cheio os serviços.”
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) aumentou de 3,2% para 3,8% a projeção de crescimento do PIB em 2021. No entanto o presidente da entidade, José Roberto Tadros, alerta que, para o crescimento ser sólido este ano, é necessário ficar atento a diversos fatores, como o risco de crise energética diante do nível baixo dos reservatórios.