Rodrigo Neves é inocentado pela Justiça – Reportagem de Maurício Thuswohl em Carta Capital relata o fim de um longo processo a que o ex-prefeito de Niterói e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Neves (PDT), teve que enfrentar.
Nesta quinta-feira (30), terminou um dos mais emblemáticos casos de lawfare da história do Judiciário brasileiro.
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou pedido do Ministério Público e declarou extinta a ação civil pública contra Neves, que também teve seus bens desbloqueados.
‘Prisão arbitrária’
Quando ainda era prefeito de Niterói, em 2018, Rodrigo Neves chegou a ser preso com base em uma delação premiada, que posteriormente foi desconsiderada pelo próprio TJ.
O sociólogo passou 93 dias na cadeia, sendo libertado devido às inconsistências da denúncia. Neves retomou o mandato na prefeitura, de onde saiu no final de 2020 com 85% de aprovação.
“As delações premiadas que ensejaram a abertura do processo por supostos desvios nos valores de gratuidade das passagens de transporte público são insuficientes para demonstrar quaisquer atos ilícitos”, diz o pedido de extinção do processo, presentado pela promotora Renata Scarpa.
Renata destaca também a inconsistência das delações realizadas por Marcelo Traça e Renato Pereira, que embasaram as acusações contra Neves:
“A despeito de revelarem possíveis violações graves ao interesse público, são desacompanhadas de outros elementos que as corroborem e esclareçam pontos necessários à individualização das condutas e à demonstração da materialidade e autoria”, diz.
Justiça ‘tardia’
Após quase cinco anos, Neves diz sentir alívio:
“A petição do MP e a decisão da Justiça pela extinção do processo alivia o sofrimento injusto causado a minha família e a mim”, diz.
O ex-prefeito atribui o ocorrido em 2018 a uma tentativa de destruir sua reputação, orquestrada por grupos políticos que queriam, segundo ele, tomar a prefeitura de Niterói, o que não teria ocorrido.
O caso é narrado no livro Golpe Derrotado (Ed. Máquina de Livros).
“Após cinco anos e a extinção do processo, eu nunca fui ouvido. Nem mesmo quando fui sequestrado da minha casa, curiosamente, no mesmo dia da diplomação do atual presidente: 10 de dezembro de 2018. Nem nas piores ditaduras uma pessoa fica tanto tempo acusada sem nunca ter sido ouvida.”
(Com informações de Carta Capital)
Foto: Reprodução