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Governo Zema – Setores do funcionalismo público de Minas Gerais denunciam que a gestão de Romeu Zema (Novo) é uma das mais violentas contra trabalhadores e entidades sindicais da história do estado.
A informação consta em reportagem de Amélia Gomes no site Brasil de Fato.
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Os servidores públicos alegam sofrer todo tipo de constrangimento, como: vigilância no local de trabalho, adoecimento mental e físico em função do assédio moral, perseguições contra dirigentes sindicais, processos judiciais e administrativos, e exonerações.
“É uma gestão fascista”, afirma Neuza Freitas, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde), ao site Brasil de Fato.
Em menos de dois anos, Neuza foi alvo de seis processos administrativos e afirma que nenhum deles tem como motivação a sua atuação profissional, já que durante o período, estava licenciada para a atividade sindical.
Desde 2021, Neuza voltou a atuar no Hospital Júlia Kubitschek, mas relata que o ambiente de trabalho se tornou um lugar hostil.
“O vigilante me filma e fica atrás de mim o tempo todo, a minha liberdade foi totalmente cerceada”, denuncia.
Perseguição
A sindicalista afirma que há outros servidores na mesma situação e que os casos têm sido repassados ao Ministério Público de Minas Gerais, à ALMG e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Nós consideramos isso de uma extrema gravidade, porque estão usando a máquina pública para perseguir aqueles que são considerados opositores do governo”, aponta.
Além dos danos materiais – como a suspensão de salários -, o volume de processos administrativos contra os servidores tem gerado adoecimento mental de trabalhadores da área da saúde, já fragilizados após o processo de enfrentamento à pandemia de covid-19.
Em 2020 – ano mais grave da pandemia -, o setor de emergência dedicado à covid-19 do Hospital Júlia Kubitschek ficou 11 horas sem energia. Diante da crise, os trabalhadores denunciaram o caso à imprensa e agora são alvos de processos administrativos.
“O governo Zema sabe que não vai conseguir exonerar todo mundo, então ele está articulando outras formas de fazer isso, e a perseguição está chegando ao extremo. O governo está tentando pegar todo mundo nesses processos administrativos, qualquer um que queira melhorias ou que denuncie os absurdos, sendo sindicalista ou não”, declara Laíza Alves, delegada sindical e técnica de enfermagem.
Cemig e comunicação
Os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também enfrentam problemas parecidos.
Recentemente, um dos servidores da empresa – que também é dirigente sindical – foi exonerado do cargo após um processo movido pela gestão da empresa.
A ação tinha como única motivação a retaliação e a perseguição política do trabalhador, avalia o coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro) Emerson Andrada.
“Gestões anteriores, inclusive com o viés extremamente neoliberal, tinham limites. Eles buscavam jogar o jogo das relações políticas dentro de uma perspectiva legal. Você não via essas gestões tomarem providências e atitudes que extrapolavam o limite da legislação, embora também fossem agressivas com os trabalhadores”, ressalta.
Os trabalhadores da comunicação pública em MG também têm enfrentado dificuldades para dialogar com o governo.
Desde que Zema assumiu o governo, o cenário no setor é de demissões, acúmulo de funções e incerteza quanto ao futuro das emissoras.
Dois dos mais antigos funcionários da Rádio Inconfidência foram demitidos pelo governo. Entre eles, um trabalhador que atuava na empresa desde 1948.
A categoria denuncia que há uma forte interferência do Executivo nos conteúdos produzidos e teme que a situação se agrave com a transferência dos veículos da pasta de Cultura para a Secretaria de Comunicação do governo.
“Há relatos de colegas jornalistas que afirmam que não conseguem cobrir pautas necessárias, para poder cumprir pautas do governo. Nós temos debatido na comissão editorial da Rede Minas, de como avançar com esse desafio”, explica Brenda Marques, servidora da Rede Minas.
A reportagem do Brasil de Fato entrou em contato com o governo estadual para comentar os casos, mas não houve resposta.
(Com informações de Brasil de Fato)
(Foto: Reprodução)