Categorias
Brasil

STF anula condenação de Cunha por Moro e envia ação para o RJ

STF anula condenação de Cunha  –  Estadão / G1 – A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (14) encaminhar à Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro a ação criminal contra o ex-deputado Eduardo Cunha por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica eleitoral na mediação da compra de um campo petrolífero, em Benin, pela Petrobrás, em troca do recebimento de vantagens indevidas em contas na Suíça.

Cunha já havia sido condenado pelo ex-juiz Sergio Moro, mas a decisão foi revista.

Embora tenha havido empate no julgamento, o regimento interno do Supremo define como vencedora a decisão que mais beneficia o réu em caso de matéria criminal.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram a favor das demandas apresentada pela defesa de Cunha por entenderem que Moro usurpou suas competências para manter o ex-deputado sob a alçada da 13ª Vara Federal de Curitiba, já Edson Fachin e Kassio Nunes Marques votaram contra por não haver jurisprudência definitiva sobre este tema na época em que foi proferida a decisão.

“O plenário desta corte assentou a existência de elementos suficientes para recebimento da denúncia pelo crime eleitoral, e sem a produção de qualquer prova nova, o juiz de primeiro grau reformou tal decisão. Além de problemas jurídicos, talvez nós tenhamos aqui algum problema de índole psiquiátrica”, disse Gilmar Mendes.

OUTRAS NOTÍCIAS:
LEIA: Direitos Já: Lideranças de 18 partidos fazem ato pela democracia
LEIA: Após críticas a PDT e PCdoB, PT e PSOL buscam centro e direita para atos
LEIA: Líder do PP reapresenta emenda eleitoral que tiraria Moro de 2022
LEIA: Moraes a Temer: Provas contra Bolsonaro são “muito contundentes”

“Resta evidente o prejuízo ao réu que foi condenado, como já apontou agora o ministro Ricardo Lewandowski, elevada pena por um juiz absolutamente incompetente, tendo em vista a manipulação da competência das autoridades na primeira instância”.]

Em 2016, o Supremo aceitou integralmente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Cunha.

Com a cassação do seu mandato de presidente da Câmara, em setembro daquele ano, o caso foi submetido pelo ex-ministro Teori Zavaski para a Justiça Federal em Curitiba.

Ao receber os autos, Moro intimou o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná para ratificar a denúncia da PGR, já reconhecida pelo Supremo. O MPF ratificou os delitos apontados, exceto o de “caixa 2”, que levaria o caso para a Justiça Eleitoral, fora da alçada da Operação Lava Jato.

A defesa de Cunha, portanto, alega que Moro “manipulou a competência processual do caso para mantê-lo na Justiça Federal, violando-se o devido processo legal e o juiz natural, mediante a exclusão da acusação do crime eleitoral (‘caixa 2’) narrado pela PGR, desrespeitando-se a decisão proferida por essa Suprema Corte que recebeu integralmente a denúncia”.

Ao final da sessão, o ministro Gilmar Mendes disse ser necessário esquecer o passado “penoso” da Lava Jato, no qual procuradores reavaliam denúncias da PGR e tentam “entender que o Supremo está submetido à República de Curitiba”.

“Estamos diante de um caso grave e de uma claríssima violação de uma decisão do plenário do Supremo Tribuna Federal, seguido de uma manipulação ilegal de competência”, disse Aury Lopes Júnior em sustentação oral a favor de Cunha. “O ex-juiz Sergio Moro, com essa manobra, consegue contextualizar e fazer o projeto punitivo traçado.”

“Não é uma discussão sobre manipulação de competência, mas, sim, de uma escancarada e ilegal manipulação de competência. Mais do que violar regras formais,havia um projeto punitivo e persecutório em ação”, completou.

OUTRAS NOTÍCIAS:
LEIA: Ciro é elogiado em debate com juristas e empresários: “Visão estratégica”
LEIA: Zé Trovão pede asilo ao México e se diz perseguido no Brasil
LEIA: Alvo da CPI, lobista patrocina postagem dizendo que pegou covid
ASSISTA: Vídeo: Humorista debocha de Bolsonaro; Temer e Kassab gargalham
LEIA: Frota protocola pedido de CPI sobre facada: “Foi uma armação”

 

Histórico

O caso começou a tramitar quando Cunha ainda era deputado federal, em um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato.

 

Em junho de 2016, o Supremo recebeu a denúncia contra Cunha, a partir de um inquérito aberto no âmbito da Corte em 2015.

O então deputado foi acusado da suposta prática de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica para fins eleitorais (conhecido como caixa 2).

Segundo o Ministério Público, ele teria recebido propina por conta de um contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África. Além disso, teria usado contas na Suíça para lavar o dinheiro.

Em setembro do mesmo ano, o então ministro Teori Zavascki, relator do processo, determinou o envio do caso à Justiça Federal em Curitiba, depois da decisão da Câmara dos Deputados de cassar o mandato parlamentar de Cunha.

Em março de 2017, já com a ação sendo processada na Justiça Federal de Curitiba, o então juiz Sérgio Moro condenou o ex-parlamentar a 15 anos e 4 meses de reclusão.

Em novembro do mesmo ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a condenação mas diminuiu a pena para 14 anos e 6 meses de reclusão. Cunha tem outras duas condenações, uma na primeira instância da Justiça Federal do Paraná e outra na primeira instância da Justiça Federal do Distrito Federal.

OUTRAS NOTÍCIAS:
LEIA: STF cria precedente de que ‘rachadinha’ é motivo de inelegibilidade
LEIA: Do PCdoB, ex-ministro da Dilma detona PT após ‘boicote’ a ato
ASSISTA: Vídeo: Após ‘dobrar’ Bolsonaro, Temer é aplaudido em restaurante
LEIA: Em SP, Ciro Gomes convoca PT para aderir aos atos contra Bolsonaro

Para a defesa, a 13ª Vara Federal de Curitiba “manipulou a competência processual do caso para mantê-lo na Justiça Federal, violando-se o devido processo legal e o juiz natural”, ao excluir a acusação relativa ao crime eleitoral.

Isso foi feito, segundo os advogados, a partir de uma série de atos processuais nulos. Entre eles:

  • o envio do caso para que o Ministério Público Federal ratificasse a denúncia, que já tinha sido recebida pelo Supremo;
  • a confirmação parcial da denúncia pelo MPF, excluindo o crime eleitoral; e
  • o fato de a primeira instância da Justiça Federal analisar a acusação, sendo que a competência para o caso seria da Justiça Eleitoral, responsável por processar crimes eleitorais e conexos.

“A decisão da Suprema Corte corrige uma injustiça histórica, deixando claro que a Lava Jato atuou de forma abusiva e perseguiu Eduardo Cunha. O Supremo sana uma usurpação gravíssima efetuada pela 13.ª Vara Federal de Curitiba e dá à Justiça Eleitoral a competência que sempre foi sua.”

RECEBA NO SEU CELULAR AS NOTÍCIAS MAIS IMPORTANTES DO DIA

Telegram: AQUI
Whatsapp: AQUI

LEIA: Ciro sobre nota: “Rendição mais ridícula e humilhante da história”
LEIA: Saiba quem é Zé Trovão, o caminhoneiro youtuber bolsonarista
ASSISTA: Vídeo: Bolsonaristas celebram ‘queda do STF’ após ‘autofake’
OUÇA: Áudio: Adnet imita Bolsonaro e manda caminhoneiros dançarem ‘macarena’
ASSISTA: Pastor bolsonarista se revolta com Bolsonaro: “Você, vá à merda”

Randolfe Rodrigues envia notícia-crime contra Bolsonaro ao STF

Vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ingressou com uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta das ações e dos discursos golpistas de Bolsonaro durante as manifestações do 7 de setembro ocorridas em Brasília e em São Paulo.

Leia a matéria completa aqui.

LEIA: Antonio Neto: “Porque decidi ir ao ato do 12 de setembro”
LEIA: Com exceção da CUT, centrais sindicais se juntam a atos pelo impeachment
ASSISTA: Vídeo: Homem filma bolsonaristas recebendo R$ 100 para ir ao 7/9
LEIA: STF avisa Zé Trovão: ‘Ou se entrega ou será preso e extraditado’
LEIA: Frente Ampla histórica exige impeachment de Bolsonaro nas ruas

O efeito colateral do golpismo de Jair Bolsonaro chegou rápido: Hamilton Mourão e Arthur Lira, ambos na linha de sucessão da Presidência, estão de antenas ligadas. Quem esteve com o vice diz que a paciência dele se esgotou e que ele estaria disposto a ir para o tudo ou nada contra Bolsonaro, mas sofre forte pressão do presidente.

Leia a matéria completa aqui.

LEIA: Esquerda e centrais sindicais aderem em peso ao ato; PT e CUT fora
LEIA: Temer diz que escreveu nota de Bolsonaro e mediou ligação a Moraes
LEIA: Deputado bolsonarista detona Bolsonaro: ‘Leão que não ruge vira gatinho’
LEIA: Receita Federal acusa Lula de sonegar impostos, diz revista
ASSISTA: Vídeo: Bolsonaristas inflam pênis gigante na Av Paulista, em SP

Veja mais notícias no BRI.

Por Redação

O Brasil Independente é um veículo jornalístico que tem como valores a defesa da soberania e de um projeto nacional emancipador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile