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Suposto esquema de caixa 2 da PM de São Paulo – Um ex-tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo, José Afonso Adriano Filho, condenado por peculato, afirma que um esquema de caixa 2 existia em todas as unidades gestoras da corporação durante anos. Segundo ele, o esquema funcionou entre 2005 e 2012 e desviou mais de R$ 2 milhões para contas particulares de 27 oficiais, incluindo comandantes-gerais e desembargadores militares. Seria o maior esquema de corrupção da história relacionado à instituição.
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Adriano Filho, que cumpre pena de 50 anos de reclusão, detalha como o esquema funcionava: empresas vencedoras de licitações fraudadas repassavam parte do valor para um caixa 2, gerido por ele. O dinheiro era então distribuído aos oficiais em dinheiro vivo, cheques ou pagamento de despesas pessoais.
Ele afirma que todos os comandantes da PM durante o período do esquema tinham conhecimento do caixa 2, incluindo o atual subprefeito da Sé, coronel Alvaro Camilo. Adriano Filho diz que a esposa de Camilo solicitou R$ 14 mil para comprar roupas e o próprio coronel recebeu R$ 5 mil mensalmente, além de outros benefícios.
Outros oficiais de alto escalão também são mencionados como beneficiários do esquema, incluindo o coronel João Cláudio Valério, que teria recebido cerca de R$ 600 mil, e o desembargador militar Eduardo Orlando Geraldi, que teria recebido R$ 120 mil.
Adriano Filho afirma que entregou à Folha documentos que comprovam o esquema, incluindo canhotos de cheques, recibos e depósitos bancários.
Até o momento, apenas Adriano Filho foi punido pelo esquema. Ele afirma que os corregedores produziram provas contra ele para agravar sua situação, enquanto os oficiais beneficiados não foram responsabilizados.
Os oficiais mencionados negam as acusações e dizem que elas foram investigadas e arquivadas pelo Ministério Público. O MP não se pronunciou sobre o caso.
A PM de SP afirma que os crimes comprovados são graves e que as investigações em curso são prioridades. A corporação diz que uma sindicância detectou indícios de irregularidades e que um inquérito policial militar foi instaurado.
O caso revela a gravidade da corrupção na Polícia Militar de São Paulo e levanta questões sobre a falta de punição para os oficiais de alto escalão envolvidos.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução)