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“Eu tenho asco de Jair Bolsonaro” – Trago um recado, como sempre polêmico, mas que considero importante neste domingo em que o São Paulo quebrou o jejum de 15 anos sem conquistar uma taça no campeonato estadual ao vencer o Palmeiras e levar o Paulistão.
Como amante do futebol brasileiro, antes de mais nada parabéns aos tricolores paulistas pela conquista merecida desse time azeitado e abusado comandado pelo ex-atacante argentino Hérnan Crespo, que continua fazendo golaços mesmo depois de pendurar as chuteiras.
Isto posto, vamos ao que interessa.
Sim, eu odeio o Bolsonaro. Tenho asco mesmo. Nojo. Não é de hoje, aliás. Nunca gostei do cara.
Eu tenho asco de Jair Bolsonaro e tive o desprazer de ‘conhecer’ os filhos crescendo na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, e deixa eu te contar: sempre foram uns babacas. E uma espetada necessária: na época, de conservadores e defensores dos ‘bons costumes’ eles não tinham nada. Muito pelo contrário. Quem sabe, sabe.
Mas se eu tenho asco de Jair Bolsonaro ou não, se eu gosto ou não da família Bolsonaro não importa ao Brasil. O que importa ao Brasil é o que Bolsonaro fez na presidência do país. E o desastre é notório, pra não dizer óbvio ululante e o pessoal que tá ‘locão’ no Lula achar que fiz algum trocadilho com o ‘Barba’. Quando eu falo, deixo claro, fica tranquilo.
Aqui eu dou o papo reto. O meu, claro. Cada um tem o seu. E tem gente que conta historinha pra iludir as pessoas bem intencionadas e destruir aqueles que denunciam seus desvios de caráter e conduta. Viu como eu sou direto?
Eu sofro de ‘sincericídio’ do tipo grave, o que pode ser considerado uma louvável virtude em meio aos meus mil defeitos. Ou pode ser considerado uma falha, principalmente se você vive no país dos canalhas bem comportados.
Bem-vindo ao Brasil. Divaguei. Voltemos.
Eu preciso que fique claro para os que aturam meus desabafos humildemente bradados em forma de palavras bem ou mal, mas sempre escritas.
Que ninguém se confunda: eu tenho asco de Jair Bolsonaro, mas eu não sinto o mesmo por quem exerceu seu direto democrático e votou nele.
Calma, meu amigo indignado da bolha progressista. Vem cá comigo, vou explicar o raciocínio. Aqui a gente se obriga a raciocinar e desenvolver as ideias, críticas e propostas.
Frase feita a gente deixa para os populistas, que despolitizam a sociedade, desestimulam a luta da classe trabalhadora em seus variados extratos e repito, enganam muita gente seduzida pelo discurso feito pro seu próprio ouvido – e não raramente pro seu coração.
Grave: esse mal uso político de palavras milimetricamente planejadas causa confusão e estimula que a discussão política no país vire discussão de futebol, no qual eu defendo meu time e você defende o seu, independente de quem tem razão, melhor time ou argumento.
O que vale é ser ‘campeão’. Só que quando a gente faz isso na política, ninguém leva a taça a não ser o próprio populista e sua claque, seja de direita ou de esquerda.
Orgulhosamente, eu não sou (mais) da turma que vive de apontar dedos e condenar pessoas sem direito a julgamento e sem olhar pros próprios erros.
“Pro próprio rabo”, como dizia Dona Katia, a maior mulher que já pisou nesse solo mãe gentil, criando dois filhos sozinha e sem abaixar a cabeça pra nenhum….., Marcelo D2 que dizia.
Ah é! Por acaso a Katia é minha mãe, hoje moradora do andar de cima reservado aos que jamais foram perfeitos, muito menos tiveram a prepotência de quererem ser, mas honraram a Deus nas missões primeiras: generosidade, amor e coragem. E aquela mulher tinha muita coragem, ‘mermão’. E muito amor. Ela vive através de mim e claro, da minha luta.
Mas sigamos em frente. Beijos, mãe. Continuo aqui com aquela regra inquebrável que você me ensinou: quem desiste de dar a cara à tapa em nome da Justiça já morreu em sua maior riqueza, a alma, o espírito.
Eu sei muito bem que a grande maioria dos eleitores do atual presidente não são fascistas e não são seres humanos vis igual Bolsonaro sempre foi e, graças a Deus, a cada dia fica claro como água para mais e mais brasileiros.
Eu não tenho dúvida: dos, vá lá, 60 milhões de irmãos e irmãs que digitaram 17 nas urnas no segundo turno em 2018, a enorme maioria o fez querendo um novo caminho pro Brasil. Querendo o bem do país.
Eu tinha certeza que era um erro, claro, afinal, eu tenho asco de Jair Bolsonaro e sempre tive. Gritei, denunciei, desabafei, fiz minha luta de grão de areia. Não deu. Perdemos todos. Perdeu o Brasil. E deu no que deu.
Nunca mais falarei desse assunto sem ter a coragem e o dever de registrar que as escolhas do Partido dos Trabalhadores e de Luiz Inácio Lula da Silva, na minha opinião de até então eleitor do PT em 4 eleições seguidas, foram fator decisivo para a vitória de Bolsonaro.
Se em 2014 eu votei já muito contrariado no PT, imagina quando a Dilma nomeou o Joaquim Levy como ministro da Fazenda, dando um tapa na cara da militância a qual eu integrava e que deu sangue e suor pra reeleger a presidenta em nome de um ‘retorno’ do partido que tem trabalhadores no nome à esquerda. Ledo engano.
Cê lembra da gente revoltado com olho marejado se sentindo traído enquanto o governo popular reeleito dava mais uma mão pra direita? Isso aconteceu dois anos antes do PT – e o Brasil por tabela – tomar uma rasteira dos próprios “aliados”, que lideraram a derrubada da Dilma.
Ah, esses caras, hoje, negociam alianças em almoços e jantares públicos e bem servidos com Lula e o PT. Os fatos não podem ofender, machucar. Eles têm a fundamental missão de nos fazer refletir.
Voltando ao fio, que fique muito clara a responsabilidade de quem jogou para perder em 2018.
E é importante também deixar claro que a culpa e a responsabilidade-mor da eleição de Bolsonaro é de quem venceu as eleições: ele mesmo e seus apoiadores endinheirados que agora se desesperam a cada trimestre desastroso da pasta de Paulo Guedes.
O famoso “Posto Ipiranga” que, diferente da rede de postos de gasolina, não tem todas as respostas e mais, demonstrou ser incapaz de sequer reconhecer quais são as perguntas para a crise econômica nacional.
Por esse e tantos outros motivos que hoje, aos 35 anos, eu sou do time daqueles que querem livrar o Brasil dessa polarização e radicalização odientas que estão destruindo nosso país, nosso povo e nossas famílias.
Livrar o Brasil do oportunismo e das falsas promessas, como por exemplo, um certo governo que me fazia meu corpo inteiro tremer ao jurar que iria enfrentar os privilégios e os poderosos desse país. Pois é. Lembra?
Eu quero lutar por um projeto que garanta aos brasileiros a dignidade que nunca foi lhes dada de forma plena. Eu quero um Brasil para os brasileiros. É querer muito?
É decisivo para a história sendo escrita em tempo real e com retuíte no Twitter que a gente, do campo progressista, reflita sobre o que levou as pessoas a votarem como votaram em 2018, e como é possível que não tenha sido uma ‘escolha difícil’ nem pra gente, nem pra ‘eles’. E amarga pra quase todo mundo, dos dois ‘lados’.
Aliás, essa escolha surrealmente ‘fácil’ que custou muito caro. Muito mesmo. Também, que azar! Enfrentamos a pior pandemia da história da humanidade logo após termos eleito o pior presidente da história do Brasil.
Pra mim é muito claro que existem muitos culpados pra isso. Mas como eu disse, acredito de verdade que a maioria das pessoas que votou no Bolsonaro não fez uma ‘sacanagem’ proposital. Queriam um Brasil melhor.
Temos que refletir, entender e aprender mais e julgar, acusar e condenar menos. Então, que fique registrado: eu não aceito que culpem o povo brasileiro, vítima histórica dos erros e traições dos seus próprios líderes!
Que os culpados tenham a decência – e há os que já demonstraram não possuí-la, inclusive na nossa querida esquerda – de abaixar as orelhas e trabalhar pra corrigir a tragédia completa e em massa brasileira.
Isto posto. Sim, eu sinto o mesmo asco e desprezo por aqueles que, depois de tudo que Bolsonaro fez, mentiu e traiu o Brasil, continuam defendendo esse crápula ou, como ele mesmo gosta de dizer, esse ‘vagabundo’.
Chega de ódio como forma de discurso político. Chega de acusações levianas. Chega de mentiras e antijornalismo ‘terrivelmente’ panfletário e que é vendido como ‘informação’. Chega de gabinetes do ódio bancados sabe-se lá com que dinheiro.
E sabemos que não tem só um, não.
Chegou a hora de a gente unir todas as pessoas que não aguentam mais tanto oportunismo e covardia com o nosso povo humilde e trabalhador.
O Brasil precisa de comando, de gente séria e sobretudo de paz.
Vamos juntos!?
Bom fim de domingo e uma excelente semana pra todos os brasileiros e brasileiras que, como eu, não desistem de sonhar e lutar por um Brasil mais justo, digno e com direitos e oportunidades para todos os filhos desse solo mãe nada gentil.
Eu sei que Ciro Gomes é um deles.
Ah, e vale registrar pra terminar por onde começamos: eu tenho asco de Jair Bolsonaro e sei, pelas palavras e atitudes de Ciro, que ele também tem.
Não esqueçamos de checar se, entre nossos líderes, todos falam e agem de acordo com essa premissa. Pra além dos nossos sonhos e dos discursos bonitos, a realidade política do Brasil é brutal.
Se pesquisar e conferir direitinho, vai ter gente super chateada, decepcionada e desacreditada.
Também pudera, uma certa parte da turma insiste em acreditar em Papai Noel, mesmo que o presente sempre tenha entrado pela porta – e não pela chaminé.
Presente, este, que ninguém no país está ganhando mais.
O presente que deveria ser regra obrigatória e jamais uma política de poder que, covardemente, tenta fazer do povo refém de partidos e/ou líderes, seja quais forem: a emancipação do povo brasileiro e a promoção da dignidade humana como política de Estado.
Por Thiago Manga, jornalista, assessor político e já atuou em campanhas eleitorais.
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Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.
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