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Trabalhadores de refinaria privatizada entram em greve contra demissões em massa

Trabalhadores de refinaria privatizada entram em greve – Após sucessivas demissões de funcionários próprios e terceirizados, trabalhadores da Refinaria Mataripe, na Bahia, iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (8).

A paralisação é uma resposta à política de corte de pessoal implementada pelo grupo Acelen, atual gestor da unidade, desde sua privatização em 2021.

Até o momento, 150 trabalhadores foram dispensados, incluindo 30 próprios e 120 terceirizados. Somente na terça-feira (7), um dia antes da greve, 28 empregados foram demitidos.

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As entidades sindicais denunciam que as demissões colocam em risco a manutenção das unidades e a segurança das atividades. Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, afirma que a greve é um ato de luta pela manutenção dos empregos e contra a política irresponsável da Acelen.

Nas últimas semanas, as entidades sindicais vinham travando negociações em defesa de 300 funcionários da Petrobras transferidos da refinaria após a privatização. A refinaria possui atualmente 1.725 funcionários, sendo 700 terceirizados.

O anúncio do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a possibilidade da estatal retomar a operação da Mataripe, parece ter motivado a Acelen a acelerar o ritmo das demissões. Bacelar afirma que a empresa está reduzindo o número de efetivo para dificultar a reversão da venda.

A greve também se estende ao Terminal Madre de Deus, também vendido ao fundo Mubadala, onde os contratos de manutenção estão sendo reduzidos, gerando mais demissões.

Em janeiro, uma investigação administrativa foi aberta para analisar irregularidades na venda da refinaria ao grupo árabe. Um relatório da CGU concluiu que a planta foi vendida por um preço abaixo do mercado, em um momento de volatilidade econômica.

A venda da Mataripe pela Petrobras integrou o Projeto Phil, que visava a venda de 50% da capacidade de refino do país. A negociação com o grupo Mubadala, que pagou R$ 8,03 bilhões pela unidade, reacendeu as suspeitas sobre o recebimento de joias árabes pelo clã Bolsonaro em troca de vantagens na negociação.

A greve na Refinaria Mataripe não tem prazo para ser encerrada. O grupo Acelen ainda não se pronunciou sobre o protesto dos trabalhadores.

(Com informações da Carta Capital)
(Foto: Reprodução)

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